A destruição de cigarros ilegais apreendidos em Mato Grosso do Sul caiu drasticamente em 2025, atingindo menor nível da série histórica. Dados da Receita Federal mostram que o Estado eliminou R$ 8,6 milhões em mercadorias contrabandeadas neste ano, redução expressiva em relação aos R$ 87,7 milhões de 2024 e aos R$ 126,5 milhões de 2023. O volume de destruição teve seu pico em 2019, quando a série histórica se iniciou, de R$ 218,6 milhões.
Em 2021, esse valor ainda estava alto, na casa dos R$ 226,1 milhões, mas despencou para R$ 65,7 milhões em 2022. O salto em 2023 indicava um possível recrudescimento do mercado ilegal, mas a tendência de queda voltou a se consolidar.
Mundo Novo, fronteira com o Paraguai, seguiu como um dos principais focos das operações de combate ao comércio ilegal. A cidade registrou um pico de R$ 114,2 milhões em cigarros destruídos em 2021, mas esse número caiu para R$ 37,1 milhões em 2024. Corumbá, em 2024, eliminou R$ 1 milhão em cigarros ilegais.
A redução acompanha uma mudança nacional no cenário do contrabando de cigarros. Pesquisa do IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) revelou que, em 2024, o consumo de cigarros ilegais no Brasil atingiu o menor nível dos últimos 12 anos.
O levantamento, encomendado pelo FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegaldade), mostrou que 32% dos cigarros consumidos no país eram de origem ilícita, contra os 57% registrados em 2019.
Especialistas atribuem essa queda a um conjunto de fatores. O fortalecimento da fiscalização nas fronteiras e políticas de incentivo, que reduziram a diferença de preço entre os cigarros legais e ilegais, têm tornado o mercado formal mais competitivo.
No entanto, o cenário pode mudar. O decreto 12.127, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em julho de 2024, elevou a alíquota do maço de cigarro de R$ 1,50 para R$ 2,25 e determinou que, a partir de setembro, o preço mínimo de venda subisse de R$ 5 para R$ 6,50.
Apesar da redução nos números gerais, a fiscalização segue ativa. Em outubro de 2024, por exemplo, a Receita Federal apreendeu seis milhões de maços de cigarro paraguaio em Mundo Novo, avaliados em R$ 39 milhões. A carga foi destruída em Foz do Iguaçu (PR) como parte da Operação Fronteira RFB.