Sensibilizados com a morte precoce da jovem Edilaine Lescano, de 20 anos, na BR-163, em Bandeirantes, a 70 quilômetros de Campo Grande, moradores se uniram em protesto por justiça e pedir melhorias na sinalização na famosa ‘rodovia da morte’.
A concentração reuniu mais de 200 pessoas na manhã deste sábado (8). Com faixas, cartazes e camisetas que evidenciavam o luto, a população interditou a BR-163 para pedir justiça por Edilaine e cobrar melhorias na segurança da região que, sem radares, se tornou uma ‘pista de corrida’.
Edilaine Lescano morreu atropelada na BR-163 em Bandeirantes (Redes Sociais)
Edilaine morreu atropelada por um carro no km 548 da rodovia, sendo arrastada no capô por cerca de 40 metros. Devido ao impacto, a jovem acabou morrendo no local e deixou uma filha pequena.
Vestidos de preto, os moradores querem chamar a atenção das autoridades públicas com os números de mortes em toda a extensão da rodovia. “Os moradores, vendo essa situação, se comoveram e não se conformaram com o ocorrido. Vamos fazer um protesto na BR-163, de forma pacífico, além de um abaixo-assinado”, disse ao Jornal Midiamax a jornalista, Keyla Coelho, de 39 anos.
O protesto na BR-163 ocorreu no mesmo km em que a jovem morreu. “Estamos pedindo às pessoas que compareçam e se vistam de preto, para fazermos esse protesto, chamando a atenção das autoridades competentes, porque do jeito que está a situação não poderia ser permitida”, pontuou.
Com intuito de pressionar as autoridades e cobrar segurança, os moradores colheram assinaturas por meio de um abaixo-assinado, no qual solicitam a adoção de medidas de urgência, como a instalação de redutores de velocidade, visto que, conforme eles, os motoristas não respeitam as placas indicativas de velocidade.
“Mato Grosso do Sul está com boa parte da rodovia sem radares e aí é óbvio que a gente sabe que ninguém respeita uma única placa dizendo que está chegando um perímetro urbano e que a velocidade permitida seria de 40 km/h”, pontuou Keyla.
“A gente sabe que redutores de velocidade seriam um foco importante a ser inserido”, ressaltou.
A morte de Edilaine ocorreu na última quarta-feira (6). Conforme informações obtidas pela reportagem do Jornal Midiamax o motorista de uma Trailblazer, de 50 anos, teria atropelado a vítima enquanto ela atravessava a rodovia, próximo ao km 548.
Além disso, há suspeita de que o motorista estivesse em alta velocidade pela BR-163 quando atingiu a jovem. O veículo ainda arrastou a vítima no capô por cerca de 30 a 40 metros. Edilaine não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
A Perícia Técnica também realiza os levantamentos e apura as circunstâncias do atropelamento, mas, a princípio, o caso segue como homicídio culposo.
Em junho deste ano, moradores de Jaraguari – cidade vizinha de Bandeirantes – denunciaram o abuso de velocidade cometido por condutores que trafegam pela rodovia. Contudo, os excessos passaram a ser frequentes após a retirada de redutores de velocidade, desinstalados em abril.
Na ocasião, os moradores da cidade relataram ter participado de reuniões com a prefeitura e secretários, mas não houve resposta por parte da CCR.
Procurada pela reportagem, a CCR MSVia disse apenas que “todos os radares previstos no Contrato de Concessão estão em operação e atendem às normas técnicas do Inmetro. Os demais radares estão em processo de substituição/atualização e seguem em tratativas com a Agência Reguladora para futuras instalações.”