O fatídico incêndio que atingiu o Camelódromo de Campo Grande completa 10 meses na segunda-feira (11). O trágico incidente que abalou o funcionamento mudou a estrutura de segurança do tradicional “shopping popular”.
Na época, o fogo destruiu cinco boxes de eletrônicos, roupas e bolsas. O incêndio aconteceu em um domingo, no dia 11 fevereiro, momento em que o comércio estava fechado.
A suspeita era que um curto na fiação elétrica tenha iniciado as chamas. Os boxes são feitos de madeira, plástico e os materiais para venda favoreceram a combustão. Contudo, o dano só não foi maior pela agilidade no combate do Corpo de Bombeiros.
Após o episódio, a administração precisou reformar os boxes, a estrutura e a política de combate em situações semelhantes. O presidente do Camelódromo, Narciso Soares, ressalta que as equipes, incluindo comerciantes e funcionários, participaram do curso de brigadistas.
“Nós fizemos o curso de reciclagem de brigadistas. Agora, temos pessoas treinadas para exercer o combate e as orientações em casos de incêndios. A estrutura está modificada, mais segurança trabalhada”, disse.
Narciso Souza, presidente do Camelódromo (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
Narciso aguarda a licitação da Prefeitura de Campo Grande para a requalificação da instalação elétrica geral. O contrato entre o Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal e Gerência Executiva Governo Campo Grande foi autorizado no dia 25 de junho deste ano. A verba para a reforma é de R$ 700 mil.
“Por ser ano eleitoral, essa licitação não deve sair esse ano, mas já está tudo encaminhado com a Caixa Econômica. Por enquanto, nada foi feito na rede elétrica geral, pois temos que refazer tudo. O prédio é antigo e a fiação tem cerca de 25 anos”.
Já a reforma dos boxes atingidos custou cerca de R$ 180 a 200 mil. Foram reparadas toda a estrutura, iluminação, ventilação, pintura e sistema elétrico.
(Arquivo Jornal Midiamax)
O camelódromo ficou interditado do dia 11 a 14 de fevereiro, para limpeza e dissipação da fumaça do incêndio. Entretanto, os comerciantes atingidos só retomaram as vendas no dia 29 de abril.
Valmir Caetano da Silva Nascimento é comerciante, tem os boxes 377, 378 e 379 há 25 anos. O prejuízo com a perda da mercadoria chegou a R$ 500 mil após o fogo destruir produtos têxteis, roupas masculinas e femininas, armarinhos, malas e mochilas.
“Participei do curso de brigadista. Eu ainda não me recuperei do prejuízo. Estou na luta, na batalha, mas até agora nada. Estou sozinho na batalha. Estou escutando que vão dar uma melhorada na parte elétrica. Começa por aí (melhora na segurança), fazer seguro dos produtos. Depois tem que melhorar muita coisa”.
Apesar do desgaste causado pelo incêndio, o camelódromo está funcionando normalmente e pronto para as vendas de fim de ano. “Estamos 100% nas atividades, trabalhando normalmente. O movimento não chegou a cair na época do incêndio nos outros boxes. Os atingidos tiveram um grande prejuízo, tiveram que trabalhar de forma improvisada; estão se recuperando”.