Nesta segunda-feira (26), no âmbito da Operação Shamar, a Polícia Civil, por meio da equipe da Delegacia de Antônio João-MS, cumpriu mandado de prisão temporária de um homem pelo crime de feminicídio ocorrido em uma aldeia indígena, em junho deste ano.
Na noite do crime, a equipe policial foi comunicada que uma mulher havia sido encontrada morte em uma casa na Aldeia Soberania.
Diante do crime, as equipes policiais realizaram levantamentos preliminares e perícia no local. Inicialmente, a ocorrência foi registrada como morte a esclarecer.
Com a instauração do inquérito policial e a chegada dos laudos pericias, foi possível concluir que a vítima havia sido morta mediante asfixia mecânica por esganadura.
Logo, a partir da investigação, foi possível identificar que o responsável pelo crime também seria indígena e residente naquela aldeia. Ele possui passagens policiais por outros delitos, como lesão corporal e ameaça contra outras mulheres, homicídio na forma tentada, perturbação e furto.
Em virtude dos elementos de informação produzidos, em especial o relatório de investigação, a autoridade policial representou pela decretação da prisão temporária do indivíduo, que foi capturado em meio à vegetação. Ele foi encontrado em um barraco que construiu como abrigo.
Segundo a Polícial Civil, na delegacia de polícia, ao ser interrogado, ele não colaborou com o esclarecimento dos fatos. A investigação continua, estando o principal suspeito preso e à disposição da justiça.
Mato Grosso do Sul lidera o ranking nacional em casos de feminicídio contra mulheres indígenas, aponta Relatório Anual de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, divulgado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), neste ano.
O relatório apresenta um panorama das condições de violência enfrentadas por indígenas no país em 2023 e, mais uma vez, Mato Grosso do Sul se destaca como um dos locais que mais violenta esses povos.