Com dois jogadores a mais em grande parte do segundo tempo, o Corinthians só empatou com o Juventude por 1 a 1 na Neo Química Arena neste domingo. O resultado preocupa por várias razões. O principal é que o time volta à zona de rebaixamento. O segundo é que a equipe confirmou sua dificuldade para comandar as ações de uma partida. Não sabe ser protagonista.
Essa falha já vinha sendo mostrada nos últimos jogos e ficou evidente neste domingo. Foram duas bolas na trave, mas o time não conseguiu a virada. O Juventude perdeu o goleiro expulso, no final do primeiro tempo, e o lateral Alan Ruschel, aos 12 da etapa final. Com nove, o time gaúcho apenas rebatia as bolas. Bater o Juventude era importante por se tratar de um confronto direto na parte inferior da tabela.
O técnico Ramón Díaz ainda não encontrou um caminho tático para o Corinthians. As mudanças de esquema têm sido constantes nos últimos jogos. Na estreia, ele optou pelo esquema com três atacantes. Em seguida, conseguiu uma vitória improvável diante do Bahia, fora de casa, jogando com três zagueiros. Quando o torcedor corintiano pensou que a fórmula havia sido encontrada, mais experiências. Neste domingo, voltou a atuar com quatro defensores e dois meias.
Essa indefinição coloca pressão na equipe para a partida diante do Grêmio, quarta-feira, pela Copa do Brasil. Depois do empate por 0 a 0 em São Paulo, o time precisa vencer no Sul para avançar às oitavas de final. Mas como superar um rival tradicional, fora de casa, sem um padrão tático definido?
Outra deficiência ficou evidente no jogo deste domingo: o time ainda não aprendeu a tomar a iniciativa da partida, ser protagonista e propor o jogo. Jogando em casa, pelo Brasileirão, a equipe saiu atrás no placar nos três jogos (Criciúma, Grêmio e Juventude). Em todos eles, o time sofreu para criar e se impor.
Isso ficou evidente no primeiro tempo. O Juventude fez o gol logo aos 3 minutos, no primeiro ataque. Depois de ganhar duas divididas no meio, o time gaúcho avançou com Jadson e Alan Ruschel finalizou dentro da área. Após paralisação de quase cinco minutos, o árbitro de vídeo confirmou o gol. Mesmo atrás no placar, o time teve dificuldade para se impor. Poderia ter sofrido o segundo gol se não fosse grande defesa de Hugo, aos 14
Os caminhos da partida se abriram com a expulsão do goleiro Gabriel, no final do primeiro tempo. Sozinho, o goleiro perdeu a bola, fez falta e levou o vermelho. O time visitante só conseguia se defender, mas com deficiências graves no meio da defesa.
No começo do segundo tempo, Pedro Henrique, que havia acabado de entrar, aproveitou essas falhas e empatou. A vitória parecia questão de tempo. E essa sensação ficou ainda mais palpável quando o rival teve outro jogador expulso, o lateral Alan Ruschel.
Mas o time mostrou dificuldades para transformar o volume de jogo em chances claras. A melhor delas foi um chute na trave de Igor Coronado já nos acréscimos. Faltou comportamento de um time que jogava com dois a mais para se afastar da zona de rebaixamento. Faltou pensar o jogo.
Uma saída para o jogo de quarta-feira será apostar na criatividade de Rodrigo Garro. O argentino foi o único que mostrou lucidez para buscar espaços em uma defesa fechada. Mas falta ajeitar o ataque.