O filme dos Mamonas Asssassinas é nostalgia pura, já era de se esperar. Isso porque, se você foi uma criança ou jovem, na década de 90, vai cantar e se remexer nas poltronas dos cinemas, enquanto assiste a cinebiografia dos garotos de Guarulhos (SP) que, em apenas oito meses, conquistaram fãs em todo o mundo. É até difícil acreditar que este fênomeno durou tão pouco, já que a banda, as músicas e o estilo irreverente e único permanecem vivos em nossos corações.
A nostalgia já começa quando olhamos o elenco, muito bem selecionado e semelhante aos verdadeiros integrantes. O Dinho então, nem se fala, com todas as caras e bocas, imitações e locuções que ele fazia. Aliás, tudo começa mostrando a rotina pacata de um garoto que queria sucesso, porém, ao contrário, vivia sendo chacota pelo cargo que ocupava: locutor de supermercados.
Nas horas extras, ainda fazia bicos, dançando para as meninas em festas de aniversário. Quando tinha tempo, ficava atrás da Jussara, até achá-la com outro e gritar que um dia ainda faria sucesso. Em seguida, vai para um show, no tempo em que haviam comícios com música, os chamados “showmícios”.
Assim, assiste a banda de rock Utopia até algum integrante dizer que o show estava se encerrando, a menos que alguém subisse e cantasse mais uma música. Nesta oportunidade, Dinho canta, brinca com a platéia e até imita o grande apresentador Silvio Santos, além do presidente Lula. É neste momento que é contratado pelo candidato a vereador Geraldo Celestino.
Elenco do filme Mamonas Asssassinas. (Internet/Reprodução)
A próxima apresentação seria o município de Jundiaí (SP), onde todos se conectaram e Dinho falou em gravar o primeiro disco. “Queremos esses caras que riem da falta de dinheiro, da cafonice…”, disse o produtor musical, ao tentar convencer os integrantes que o rock seria algo secundário.
A partir daí, todos se juntam para guardar dinheiro e assim gravarem o disco. Quando conseguem o dinheiro, vão para os Estados Unidos e retornam com sucesso absoluto, ouvindo as próprias músicas ao ligarem o rádio. Em 1996, ano do acidente aéreo, já tinham vendido mais de duas milhões de cópias, se tornando a banda número um do Brasil na época.
Até no estádio Mané Garrincha, em Brasília, tocaram. Mas, o inimaginável, aconteceu. No dia 2 de março de 1996, quando estavam de volta para casa, o jatinho em que estavam bateu na Serra da Cantareira. Todos a bordo morreram. A mensagem, no entanto, ficou. “O impossível não existe”, disse Dinho, sem imaginar que, impossível mesmo, é esquecer desta banda maravilhosa. Para sempre, mamonas assassinas.
(Texto: Graziela Rezende/Jornal Midiamax)