QUINTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 2024
DATA: 03/08/2023 | FONTE: Midiamax Sete Quedas - Justiça decreta prisão preventiva de ex e 'ficante' pela morte de jogador de futebol esquartejado A Justiça ainda analisará o pedido feito pelo MP de prisão preventiva da mãe e do padrasto da jovem
Jogador de futebol, Hugo foi esquartejado e restos mortais jogados em rio de Sete Quedas (Reprodução)

A poucas horas de vencer o prazo da prisão temporária (30 dias) de R.J.O.L, acusada de participar do assassinato, esquartejamento e de ocultar o corpo do ex-namorado, o jogador de futebol Hugo Vinicius Pedrosa, de 19 anos, em Sete Quedas, a justiça decretou a prisão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado, da mulher, assim como do principal envolvido no crime, D.A.V.S, que ainda segue foragido.

A Justiça ainda analisará o pedido do Ministério Público de prisão preventiva da mãe do padrasto de R.

A decisão é do juiz Mateus da Silva Camelier. Ele alega que há indícios suficientes de autoria e prova da materialidade, e que a manutenção da prisão é indispensável para a garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, garantia de aplicação da lei penal e por conveniência da instrução criminal. "As medidas cautelares diversas da prisão, elencadas no rol do art. 319 do CPP revelam-se, nesse momento, inadequadas e insuficientes para resguardar a ordem pública e garantir a aplicação da lei penal", decide.

 
 

Diante disso mandou emitir mandado de prisão aos dois. R., que está presa, continuará na delegacia, segundo a defesa.

O advogado dela, Alberi Dehn, disse ao Midiamax que discorda tanto da conversão da prisão de R., quanto dos pedidos de prisão dos pais da jovem. Afirmou ainda que adotará medidas legais cabíveis para a restituição da liberdade.

Sobre o pedido de prisão da mãe e do padrasto da autora, Dehn disse que tem expectativa de que o pedido seja indeferido, já que não há motivos para a prisão. "Eles ajudaram na investigação, inclusive foram até no Paraguai com a polícia brasileira para identificação de Cleiton, apelidado de maninho", explicou, afirmando que o pedido ainda não foi decidido.

 
 

R. já havia tentado liberdade, mas teve o pedido negado pelo relator Des. Luiz Gonzaga no último dia 25. O julgamento do pedido foi adiado e tinha previsão de ser votado no próximo dia 8.

O crime

O crime foi premeditado e dificultou a defesa do jogador, segundo a polícia. Hugo foi morto com três tiros, sendo dois na testa, e ainda teve o corpo esquartejado e arremessado no rio, o que envolveu uma força-tarefa para localizar os restos mortais. 

Conforme a Polícia Civil, foram ouvidas 17 testemunhas, além do cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, o que resultou em celulares e objetos perfurocortantes encaminhados para perícia. Ao todo, a investigação durou 11 dias e continua em andamento, com a colaboração de pessoas que foram "peças-chave" para identificação dos envolvidos.

 
 

D. mentiu para a polícia

D. mentiu para a polícia. Ele contou que, na noite do dia 24 de junho, foi para uma festa no posto com seu pai em uma caminhonete Hilux e que teria deixado o local também na companhia dele. Disse ainda que, neste dia, estava brigado com sua namorada.

Contou ainda que, naquela noite, viu Hugo na festa e se cumprimentaram. No relato, disse que nunca havia conversado ou brigado com Hugo, mas que a vítima tinha ciúmes dele porque D. teve um breve relacionamento com a ex-namorada do jogador.

Consta ainda no depoimento do autor que a vítima estaria sob efeito de drogas, muito alterada, além de perceber um 'volume' na cintura de Hugo. D. disse à polícia que teria ouvido comentários de que o jogador estaria armado.

Por volta das 4h30, relatou ter ido embora da festa com seu pai na caminhonete e dormiu, acordando por volta das 13h. Disse que seu primo compareceu na festa, mas foi embora antes.

O depoimento diverge tanto do relato da ex-namorada do jogador, quanto do amigo dela que estava na casa e teria ajudado a colocar o corpo do jogador no veículo após o primeiro disparo. Os dois estão presos.

Depoimento da ex-namorada

Com uma história confusa contada pela ex-namorada na delegacia, ela acabou mudando a versão dos fatos e, em um novo depoimento, contou que na noite do dia 24 de junho foi até uma festa com amigos do lado paraguaio. Já na manhã do dia 25, ela e o autor do crime voltaram para a sua residência, na companhia de um amigo.

O amigo foi para um dos quartos enquanto ela e o autor foram para outro quarto, onde mantiveram relações sexuais. Ela contou que momentos depois, Hugo invadiu a sua casa e entrou repentinamente em seu quarto a chamando de ‘vagabunda’, nisto o autor se levantou.

Os dois foram até a frente da residência e a ex-namorada estava junto quando o autor fez o disparo contra Hugo, que caiu na calçada. O amigo que estava na casa se levantou e assustado teria questionado o que havia ocorrido. Em seguida, o autor mandou que o rapaz o ajudasse a colocar Hugo na carroceria do carro da jovem.

Ele ainda teria mandado que todos ficassem calados e não contassem nada a ninguém. Hugo ainda respirava quando foi colocado no carro. A frente da calçada foi lavada pela jovem.

O amigo que estava na casa no momento do assassinato disse que, após o crime, a ex-namorada de Hugo ficava mandando mensagens para ele e apagando em seguida, afirmando que era para ficar quieto. O padrasto e a mãe da jovem também mandaram que ele não contasse nada a ninguém.

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