Um lavrador de 58 anos e o neto, de 12, procuraram a delegacia de Sete Quedas, na tarde desta quinta-feira (6), após a criança sofrer racismo dentro da própria escola. A autora seria uma adolescente de 15 anos, que estuda na mesma sala que o menino.
Avô e neto chegaram acuados na Delegacia de Polícia Civil e conversaram com o Jornal Midiamax. Segundo eles, o caso aconteceu na manhã de quarta-feira (5), na primeira aula do dia.
Os alunos estavam na quadra, durante a aula de educação física, quando o menino chutou a bola de vôlei para longe da quadra. A adolescente, que é repetente e mais velha que os demais, teria gritado: "É com a mão que joga vôlei seu preto; joga direto".
O menino, que mora com o avô para estudar na cidade - já que os pais vivem na zona rural -, voltou para a sala de aula após sofrer a injúria racial. Durante a terceira aula, começou a 'chorar de raiva' e procurou a prima, de 15 anos, que estuda no Ensino Médio na mesma escola.
Menino não foi mais a aula (Foto: Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)
A familiar então acionou o avô, que buscou o menino na unidade escolar. Desde então, o aluno não voltou para a aula. "Ele é um excelente neto. A vida inteira foi elogiado pelas professoras. É muito triste ver essa injustiça acontecendo", contou ao Jornal Midiamax.
Ele chegou a procurar a delegacia antes, mas a encontrou fechada e, por isso, voltou nesta tarde. Segundo a delegacia Lucelia Constantino, da titular da DP de Sete Quedas, os pais da menina, assim como a escola, serão acionados pela polícia para prestarem melhores esclarecimentos.
O lavrador disse que não procurou a escola novamente por conta do nervosismo. Segundo os denunciantes, a menina teria sido expulsa de outra escola por conta de mau comportamento.