A plataforma de aplicativo a que o motorista de 38 anos estava vinculado foi avisada cinco dias antes do autor tentar estuprar outra passageira, no dia 6 deste mês. A vítima mandou para o suporte a descrição do motorista, assim como narrou o que havia ocorrido.
Na conversa enviada para o suporte, ela fala que o motorista tentou estuprá-la e que ele a prendeu no carro por mais de 1 hora. Ainda no relato da vítima para a plataforma, ela conta que ele usou droga na frente dela, e que pegou o seu celular.
A vítima ainda diz: “eu estou avisando aqui porque esse homem não pode ficar pegando corrida, e a gente acha que tá segura”. Por fim, ela avisa que vai à polícia quando conseguir se acalmar. Em resposta, o suporte diz que lamenta o fato e pede mais detalhes sobre o ocorrido, como data, horário e nome do motorista.
Outra vítima relatou que o motorista teria feito pelo menos cinco paradas com ela dentro do carro, sendo que sempre deixava o veículo em posição de ‘fuga’ caso aparecesse alguém. Ele se masturbava na frente dela e a fazia masturbá-lo.
A mulher ainda disse que foi deixada pelo motorista duas quadras antes de sua casa, depois de 1h30 com ela dentro do carro. Ele ainda teria dito que não cobraria nada e que não tinha feito nada.
Antes da passageira que vinha de uma viagem de Ponta Porã, no dia 6 deste mês, conseguir fugir do motorista pulando do carro em movimento, o autor já havia estuprado duas mulheres em menos de 72 horas.
Já no dia 31 de maio, a vítima solicitou a corrida por um outro aplicativo, diferente do usado pela passageira vítima de estupro no dia 29. Ele atendeu ao pedido e conversou com a vítima pelo WhatsApp, questionando quantas pessoas fariam a corrida. A vítima disse que era apenas uma e questionou o motivo.
O suspeito então disse que só queria saber por causa do horário e pela distância. “Por segurança”, disse em mensagem. A vítima embarcou normalmente e, quando o motorista chegou ao anel viário, passou a reduzir a velocidade. Ele afirmou que iria “usar algo”, e tomou o celular da passageira.
Várias vezes o suspeito teria parado na frente de fazendas e a vítima também o viu usando cocaína. Em uma das paradas, o acusado tirou o órgão genital da roupa e fez com que a vítima o masturbasse. Ele ainda chegou a passar a mão pelo corpo da vítima e disse que estava “muito drogado”.
A vítima foi deixada em casa após o abuso, quando o autor devolveu o celular. Sob ameaças, ele disse para a mulher não contar sobre o ocorrido para ninguém. A passageira ainda chegou a fazer uma reclamação no aplicativo.
O terceiro caso que se tem conhecimento foi uma tentativa de estupro, registrada no dia 6 de junho, quando o suspeito acabou localizado e encaminhado para a delegacia para prestar esclarecimentos. O crime foi gravado em ligação, já que a vítima falava ao telefone com o marido, após chegar de viagem.
A mulher solicitou a corrida pela Uber — que esclareceu que após o ocorrido expulsou o motorista — e estranhou o fato do motorista ter cancelado a corrida. Ele, no entanto, disse que houve um erro, mas que reportaria o fato ao aplicativo. No caminho, assim como das outras vezes, mudou a rota.
A vítima estranhou e falava com o marido a todo momento no telefone. Isso não intimidou o motorista, que em determinado momento parou o carro e tentou atacar a vítima, a puxando pelo cabelo. A mulher abriu a janela e pulou do veículo, gritando. Ela conseguiu pedir ajuda a um frentista, que emprestou o telefone para ela acionar a polícia e avisar o marido que estava bem.
O suspeito foi encontrado, prestou esclarecimentos e os pertences da vítima foram encontrados no carro. Ele ainda tentou negar os fatos. Na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) foram identificadas as outras vítimas e há suspeita de que ainda outras mulheres possam ter sido vítimas do motorista.
Foi feito pedido da prisão temporária, que foi deferido e cumprido na quinta-feira (9). Preso, ele confessou os crimes.