Ação civil de improbidade administrativa contra o tenente-coronel da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), Admilson Cristaldo Barbosa, foi considerada viável e o juiz recebeu a inicial na última sexta-feira (9). Além disso, foi determinada indisponibilidade de R$ 200 mil em bens do acusado, valor referente ao que ele teria recebido em propina da máfia dos cigarreiros.
A decisão é do juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande. O magistrado também levantou sigilo da ação civil, que foi imposta em outubro de 2020 pelo promotor de Justiça Adriano Lobo Viana Resende.
Na decisão, foi apontada investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que apurou atuação de 28 policiais militares de Mato Grosso do Sul, que favoreciam o contrabando de cigarros com recebimento de propina. Das investigações, resultou a Operação Oiketicus em maio de 2018, em que Cristaldo foi preso.
As investigações apontaram que o tenente-coronel recebia valores indevidos e que teria recebido ao menos R$ 200 mil. Como prova, foram apontadas compras extravagantes do oficial. Ele teria comprado um Jeep Grand Cherokee de R$ 215 mil, dos quais, pouco mais de R$ 57 mil pagou em dinheiro.
Ele também teria comprado uma banheira no valor de R$ 28 mil, que também pagou à vista em dinheiro. Outros bens foram comprados, extrapolando o ganho do militar, que no período apontado teve remuneração bruta de 305.105,27. A defesa alega que não existe justa causa para prosseguir com a ação de improbidade e que os fatos narrados não descrevem, em detalhes, como seriam e como teriam ocorrido os atos de corrupção passiva.
O magistrado rejeitou a preliminar de inépcia da petição inicial e também recebeu a inicial. Ele ainda deferiu pedido de indisponibilidade dos bens imóveis e móveis até o limite de R$ 200 mil.
Cristaldo também é acusado de improbidade administrativa em outro processo, em que o militar Luciano Espíndola da Silva também foi implicado. A ação foi proposta em novembro de 2020 e pedia bloqueio de mais de R$ 1 milhão das contas do oficial. Réu em vários processos sobre a máfia dos cigarreiros, Cristaldo atualmente recebe R$ 23.766,01 do governo.