O ex-boxeador José Adilson Maguila morreu aos 66 anos, nesta quinta-feira (24). A informação foi confirmada pelo Instituto Maguila.
Maguila lutou 85 vezes na carreira, com 77 vitórias, e tem entre os títulos um Mundial de Boxe, pela Federação Mundial de Boxe, tida na época como segunda linha, em 1995.
Ele atuou nos pesos pesados por 17 anos como profissional.
Maguila foi diagnosticado há anos com encefalopatia traumática crônica (ETC), que teria sido provocada por sua atuação no boxe.
Maguila nasceu no dia 11 de julho de 1958, em Aracaju. Dos 17 anos em que lutou, acumulou um cartel de 85 lutas, 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico.
Com seu jeito carismático e suas entrevistas folclóricas, foi cativando o público. Entre as lutas mais especiais da carreira, estão os confrontos com nomes como Evander Holyfield e George Foreman.
O interesse pelo boxe começou ainda em Aracaju, ao assistir às lutas de Éder Jofre e, em especial, de Muhammad Ali. Em uma casa repleta de irmãos, Maguila assistia às lutas do ídolo em uma TV preto e branco na casa de um vizinho. Anos depois, se tornou campeão peso-pesado, mesma categoria de Ali.
Mas o início no pugilismo só viria mais tarde. Logo aos 14 anos, o então jovem Adilson foi para São Paulo para ser ajudante de pedreiro. A vida na capital paulista trouxe muitas dificuldades, inclusive a fome.
– Fiquei amarelo, pálido. Foram três meses (comendo) pão com banana. Minha morada era um caminhão abandonado no Butantã, desses que carregam entulho. Quando o dono descobriu que eu dormia lá, tirou o caminhão, e eu fiquei (dormindo) no poste – disse o lutador em 1987, ao documentário “Maguila”, de Galileu Garcia, lançado em 1987.
Maguila derrota o americano James “Quebra-Ossos” Smith, em São Paulo — Foto: Arquivo/Agência Estado