Pesquisa realizada em cinco países da Europa e no Brasil constatou que o fator social é relevante para o chamado primeiro episódio psicótico, indício prévio de transtornos mentais.
Por muito tempo, acreditou-se que a genética era um fator preponderante nesse casos. Porém, a partir de novos estudos, quebrou-se esse paradigma. Paulo Rossi Menezes, professor e chefe do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina e Coordenador do Núcleo de Pesquisa em Saúde Mental Populacional da USP, realizou o estudo com a professora Cristina Marta Del Ben, do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP.
Ele conta que a pesquisa não é inédita, porém, chama atenção pelo seu tamanho. Desde um relatório da OMS, nos anos 1990, que o assunto não era abordado utilizando uma metodologia tão ampla. Menezes explica que homens jovens, entre 18 e 25 anos, populações mais pobres e minorias étnicas são os grupos mais vulneráveis. Em países como Holanda e Reino Unido, também foi detectada uma relação maior entre o primeiro episódio psicótico e os centros urbanos.
O professor relata, ainda, que entre esses transtornos mentais estão a esquizofrenia, a bipolaridade e a depressão com sintomas psicóticos. Para ele, a importância da pesquisa reside em elaborar nova políticas públicas de prevenção a esses casos.