Com o déficit fiscal crescendo, o governo busca alternativas para equilibrar as contas públicas. Uma proposta em andamento daria ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe econômica o poder de ajustar o orçamento sem a necessidade de autorização do Congresso Nacional — algo que atualmente só é possível para 30% da verba.
Se aprovada, a medida permitiria cortes significativos em áreas essenciais, como investimentos estratégicos, emendas parlamentares, aposentadorias e benefícios sociais, como o Bolsa Família, sem a intervenção do Legislativo. Essa mudança daria ao governo maior liberdade para realocar recursos, principalmente para cobrir despesas obrigatórias e reduzir o rombo fiscal, estimado em R$ 66 bilhões até o final de 2024.
Contudo, a proposta tem gerado críticas, especialmente entre parlamentares da oposição, que alegam que ela concederia um "cheque em branco" ao presidente e sua equipe, enfraquecendo os mecanismos de controle fiscal. Com mais de 90% das despesas de 2024 já sendo consideradas obrigatórias, a medida poderia afetar a capacidade do governo de investir em outras áreas fundamentais.
A situação atual exige decisões rápidas, já que as previsões de déficit seguem elevadas, colocando pressão sobre a administração pública para encontrar soluções que não impactem ainda mais os serviços essenciais para a população.