SEXTA-FEIRA, 31 DE JANEIRO DE 2025
DATA: 01/12/2024 | FONTE: Midiamax Por medo ou insegurança, mulheres de Campo Grande têm optado pelo atendimento feminino Recentemente, estudante denunciou um fotógrafo famoso de Campo Grande após sofrer abusos durante ensaio
Mercado de trabalho contratou 10 mil mulheres em 2023 (Foto: Midiamax Arquivo)

Vergonha do próprio corpo, timidez e até mesmo medo são alguns dos motivos que levam mulheres a buscarem serviços prestados por outras mulheres. Recentemente, uma estudante denunciou um fotógrafo famoso de Campo Grande após supostamente sofrer abusos durante ensaio fotográfico. A situação reacendeu o debate sobre mulheres que preferem ser atendidas por outras mulheres.

A também fotógrafa Nivi Souza, de 26 anos, pontua que é preciso sensibilidade nesses casos. “Muitas mulheres têm problemas com a própria autoestima e a confiança na frente da câmera. Essas sempre priorizam fazer fotos com outras mulheres. O tipo de abordagem que eu tenho é fazer elas se sentirem melhor, buscar o melhor ângulo, o melhor olhar”, compartilha a profissional.

O objetivo é resgatar a confiança. “Para elas se sentirem amadas, se sentirem lindas por elas mesmas, e quebrar esse medo. Assim a gente consegue trazer a confiança para elas de novo”, completa.

A tatuadora Juliane Crispim também nota esse movimento. “Tem mulheres que preferem, sim, tatuar com mulheres. Tanto por se sentirem mais à vontade, quanto por preferência em apoiar o trabalho feminino numa área dominada pelos homens”, pontua.

 

Relatos

Midiamax conversou com mulheres da capital sobre isso. Uma delas, uma advogada de 31 anos, disse que sempre prefere ser atendida por mulheres. “Não faço nenhum tipo de depilação com homem, prefiro ser fotografada por mulher e não vou nem em médico ginecologista homem”, explica.

A advogada afirma que, com outras mulheres, ela se sente mais segura e protegendo até mesmo sua integridade física. Além disso, a proteção também é emocional.

“Ainda mais para serviços que precisamos estar mais expostas. Estar com uma mulher realizando o trabalho é muito mais reconfortante e traz uma sensação de segurança bem maior. A gente sabe que dificilmente vai receber comentários indevidos ou algo do tipo”, relata.

A outra entrevistada, uma tradutora de 31 anos, relatou as mesmas preocupações. “Eu acho que às vezes até acontece de forma natural. Naturalmente eu procuro por profissionais mulheres ao invés de homens, especificamente quando se trata de assuntos mais íntimos e pessoais”, afirma. 

“Me sinto mais segura fisicamente e mais acolhida emocionalmente quando sei que a profissional é mulher”, completa.

O caso 

O caso é investigado pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). À reportagem do Jornal Midiamax, a jovem contou que foi até o estúdio para realizar fotos profissionais para a sua formatura. Durante o ensaio, ocorreram os abusos e, segundo ela, o fotógrafo chegou a filmar.

Com isso, ela procurou a Deam e registrou boletim de ocorrência contra ele no dia 25 de outubro. “Tenho todas as provas de conversas com ele. Eu passei por uma situação muito difícil lá no estúdio, pois lá dentro, sozinha, não tive reação alguma. Apenas ele fez tudo que queria fazer e eu só obedeci para poder sair logo de lá. Eu paralisei, só queria que acabasse logo”, afirmou a mulher.

Em alguns registros de tela enviados por ela à reportagem, é possível ver que o fotógrafo admite o fato, pois lhe pede perdão. “Me perdoe, eu errei, cai em tentação. Se não puder fazer por mim, faz pela minha mãe, por favor”, disse o acusado, que alega que a mãe possui diabete e está aos cuidados dele.

A reportagem do Jornal Midiamax procurou o fotógrafo para esclarecimento dos fatos, mas o advogado de defesa informou que não irá se manifestar, visto que a investigação está em sigilo.

Acusado também de violência doméstica

Além da denúncia recente de abuso sexual, o fotógrafo já responde por ameaça e injúria, no âmbito da violência doméstica, contra a ex-companheira em 2019.

Na ocasião, a mulher procurou a Deam para denunciar que o fotógrafo estaria lhe ameaçando e agredindo verbalmente, pois a chamava de “louca, p*ta e demente”.

À polícia, a ex-companheira relatou que conviveu com o fotógrafo durante nove anos e estavam separados há 100 dias. Como o casal sempre teve um relacionamento complicado, segundo o boletim de ocorrência, ela contou que não procurou a delegacia antes por medo e dependência. 

Na delegacia, ela relatou que ele sempre a controlou demais e eram comuns agressões verbais. Além disso, o registro policial diz que o fotógrafo ameaçava agredir a mulher fisicamente quando ela discordava dele.

Apesar da denúncia, ela optou, na época, por não representar criminalmente contra o ex-companheiro e nem solicitar medidas protetivas.

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