Identificado como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, o homem que morreu após explosão em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal), na Praça Três Poderes, em Brasília. Momentos antes do ocorrido, outras explosões aconteceram em um carro que estava estacionado perto da Câmara dos Deputados.
Ainda na noite desta quarta-feira (13), a Polícia Federal também identificou que o veículo, modelo Kia Shuma, era de Francisco, que foi candidato a vereador em 2020 em Rio do Sul, Santa Catarina. Familiares falaram que o homem estava ‘passando por problemas pessoais’ e avisou parentes que viajaria para o Chile.
Nesta manhã de quinta-feira (14), a Polícia Militar do Distrito Federal faz varredura na Praça dos Três Poderes e, por isso, as atividades do Supremo e da Câmara dos Deputados foram suspensas até meio-dia. O Senado Federal decidiu cancelar o expediente e o Planalto ainda não informou se a agenda de Lula será mantida.
Foram quantas explosões?
Não há um número exato de explosões até a última atualização das autoridades. No entanto, é possível afirmar que foram dois eventos principais com explosões, sendo um intervalo de 20 segundos. A primeira explosão aconteceu por volta das 19h30, em um carro estacionado próximo à Câmara. Logo após, a outra explosão que matou Francisco.
Quem era Francisco?
A vítima foi identificada como Francisco Wanderley Luiz, o proprietário do veículo que também explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. O carro tem placa de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu, atingindo 98 votos na ocasião.
Dono do carro que explodiu próximo ao STF (reprodução)
Quais artefatos foram usados?
Até a última atualização desta reportagem, não havia informações oficiais sobre quais tipos de artefatos explosivos foram usados pelo homem. O esquadrão antibombas foi acionado e fez uma varredura nos locais.
No porta-malas do veículo do homem foram encontrados materiais parecidos com explosivos e tijolos, além de outros objetos. Também foram registradas imagens com fogo e fumaça no veículo. Parte das explosões no carro se parecia com fogos de artifício.
O que aconteceu antes das explosões?
Francisco teria jogado um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou outro explosivo na nuca.
Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. Quando o segurança tentou se aproximar, o homem “abriu a camisa” e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba. Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram antes dele se deitar no chão.
No Boletim de Ocorrência também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes, “manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições”.
Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias atrás. O Boletim de Ocorrência afirma que na casa, que passava por perícia até a última atualização desta reportagem, policiais encontraram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Francisco. Uma testemunha informou aos policiais que o homem esteve no local e usava uma “carretinha” no veículo.
Quem investiga o caso?
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar as explosões, que será enviado ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. Um inquérito sobre o caso também foi aberto pela Polícia Civil do Distrito Federal.
O que acontecia nos três poderes no momento da explosão?
No momento do incidente, ocorriam sessões na Câmara e no Senado, que foram suspensas. A sessão do STF já havia terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança. O presidente Lula não estava mais no Planalto — e não houve ordem para evacuar o prédio.