O governo federal confirmou nesta quarta-feira (16) que o horário de verão não será retomado em 2024. A decisão foi tomada após 45 dias de discussões entre especialistas, que avaliaram os impactos econômicos e energéticos da medida. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apesar da crise hídrica que afeta o país, a mudança de horário não se mostrou necessária para garantir a segurança energética.
"Chegamos a concluir que não há necessidade para este verão. Temos uma segurança energética garantida. É o início de um processo de restabelecimento, ainda que muito modesto, de nossa condição hídrica", afirmou Silveira.
O ministro explicou que, mesmo diante da pior seca registrada no Brasil desde 1950, os ganhos econômicos e de redução da demanda de energia não justificam.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a decisão foi fundamentada em análises realizadas em conjunto com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que havia recomendado a volta do horário de verão como forma de aliviar a pressão sobre o sistema elétrico. A medida é vista por alguns especialistas como uma alternativa para reduzir o consumo de energia durante os meses mais quentes e secos, especialmente diante da crise hídrica enfrentada pelo país.
Apesar de a recomendação do ONS não ter sido adotada neste momento, o governo não descarta a possibilidade de retomar o horário de verão nos próximos anos, especialmente em períodos de eventos climáticos severos. Silveira afirmou que a adoção da medida será reavaliada em 2025, caso a situação hídrica ou o cenário energético do país se deteriore.
O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, e tinha como objetivo principal a economia de energia elétrica, aproveitando o maior período de luz solar nos meses de primavera e verão. A medida foi aplicada de forma intermitente ao longo dos anos, até ser extinta em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, após estudos indicarem que o impacto na economia de energia havia se tornado irrelevante.
Até sua extinção, o horário de verão foi adotado principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, abrangendo estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. O ajuste adiantava os relógios em uma hora entre outubro e fevereiro.