Em pregão morno e de pouco apetite por negócios, o dólar à vista fechou com leve valorização (0,12%), cotado a R$ 4,9684, em meio ao sinal predominante de alta da moeda americana em relação a divisas emergentes, incluindo pares latino-americanos do real, e ao avanço moderado das taxas dos Treasuries. No mês, o dólar sobe 0,63% no mercado doméstico de câmbio.
Na ausência de indicadores de peso nos Estados Unidos, investidores operaram de olho em falas de dirigentes do Federal Reserve ao longo do dia. A busca é por pistas que confirmem as apostas em corte de juros nos EUA ainda no primeiro semestre deste ano, provavelmente em maio. Na semana passada, o próprio presidente do BC americano, Jerome Powell, descartou a possibilidade de redução da taxa básica em março, levando a uma reprecificação de ativos de risco.
Presidente do Fed de Boston, Susan Collins disse que é preciso mais evidências de continuidade processo de desinflação antes que o Fed mude sua postura. Collins pontuou, contudo, que pode ser apropriado começar a cortar os juros antes do fim de 2024. Com direito a voto nas reuniões de política monetária do BC americano, o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, ressaltou que a economia dos EUA continua forte, com um mercado de trabalho “ainda muito saudável”. Esse quadro reforça o argumento de que é preciso paciência antes de qualquer alteração na taxa básica.
“Os dirigentes do Fed estão dizendo o que ninguém quer ouvir: não haverá cortes nos juros com atividade e emprego forte. Os números da economia americana têm surpreendido os economistas, mostrando que a atividade não sucumbiu à política de juros altos”, afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, acrescentando que, quando o dólar ultrapassa a linha de R$ 5,00, aparece um batalhão de vendedores. “Por isso, continuamos com a taxa de câmbio ao redor de R$ 4,95”.