Dizem que o primeiro ano de mandato é o mais complicado, em que as escolhas mais difíceis têm de ser feitas. O primeiro ano de Eduardo Riedel (PSDB) termina com vários bons resultados comemorados por sua equipe, como os 92% de cumprimento dos contratos de gestão por parte de seus secretários e secretários-executivos. Quanto às escolhas difíceis, elas ocorreram, e a última delas foi neste fim de ano.
Depois da aprovação da reforma tributária, a qual Riedel considera positiva para o Brasil, estados vizinhos deram início a uma corrida pelo aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Para não ficar para trás na divisão do bolo do futuro imposto sobre bens e serviços criado na reforma, a equipe do governador chegou a pensar em aumentar o ICMS. Mas Riedel entendeu que o contribuinte sairia prejudicado e que o crescimento econômico do Estado compensaria a manutenção dos tributos locais entre os menores do Brasil.
O ano também foi de Lei de Pantanal, em que o governador conseguiu algo tido como impensável por muitos: colocar produtores rurais e ambientalistas na mesma mesa para idealizar uma lei. Isso aconteceu. Confira a entrevista com o governador.
Governador, faça um balanço de seu primeiro ano à frente do Estado de Mato Grosso do Sul.
Eduardo Riedel: Na minha avaliação, o ano termina de forma positiva. Montamos um governo alinhado com o plano estratégico, focado na transversalidade e entrega de resultados. A qualidade dos contratos de gestão é uma prioridade, e alcançamos 92% de cumprimento. O Estado vive um momento econômico importante, resultado da sinergia entre governo e setor privado.
A ideia é um governo que olha mais para fora da máquina do que para dentro?
Eduardo Riedel: Sim, buscamos um governo voltado para resultados externos, promovendo parcerias público-privadas. Exemplos práticos incluem iniciativas como a qualificação de profissionais no Detran, que gera oportunidades de emprego e renda.
E sobre a reforma tributária e a decisão de manter a alíquota de ICMS?
Eduardo Riedel: Continuo a favor da reforma, mas é importante não usar isso como justificativa para aumentar impostos. Realizamos estudos profundos para entender o impacto no Estado, optando por preservar o contribuinte e confiar no crescimento econômico para compensar possíveis perdas.
Como está o projeto de concessão das rodovias estaduais?
Eduardo Riedel: Aguardamos a aprovação final do TCU para a recomposição da BR-163 e trabalhamos no projeto de concessão das BRs 262 e 267. A intenção é seguir os moldes da MS-306, MS-112 e BR-158, contribuindo para a transformação do setor logístico.
Como foi o consenso da Lei do Pantanal entre produtores rurais e ambientalistas?
Eduardo Riedel: A construção da Lei do Pantanal foi um sucesso, unindo diferentes partes interessadas. A participação ativa de produtores, ONGs e Ministério do Meio Ambiente resultou em uma lei equilibrada, que preserva o bioma e viabiliza atividades econômicas.
Com a Lei do Pantanal vigente, como será a captação de recursos para o fundo de serviços ambientais?
Eduardo Riedel: Estamos focados nos detalhes de como operacionalizar o fundo e determinar os pagamentos pelos serviços ambientais. Essa transparência e isenção serão essenciais para atrair parcerias e recursos, destacando o Pantanal como um ativo ambiental a ser preservado.