SEGUNDA FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2024
DATA: 14/12/2023 | FONTE: Midiamax Sem ter registrado bebê que caiu do 3º andar, pai diz ao Conselho Tutelar que quer guarda da menina
Criança caiu de, aproximadamente, 15 metros de altura (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Pai da bebê, de quatro meses, que caiu da janela do apartamento - onde mora com a mãe e dois irmãos, de 7 e 3 anos, respectivamente - procurou o Conselho Tutelar da região sul em Campo Grande, nesta quarta-feira (13), e demonstrou interesse na guarda da menina, que até o momento não foi registrada por ele.

De acordo com informações do Conselho Tutelar, a bebê não tem identificação paterna no registro de nascimento. O homem que se apresentou como pai dela foi orientado a buscar a Defensoria Pública para solicitar o reconhecimento de paternidade. Apenas depois poderá pedir a guarda da criança.

A bebê está internada na Santa Casa de Campo Grande para onde foi transferida devido à gravidade do estado de saúde. A mãe foi presa na noite dessa terça-feira (12), após o acidente que deixou a criança gravemente ferida no condomínio CH8, no Bairro Aero Rancho.

A mulher havia acabado de internar a filha no Hospital Regional Rosa Maria Pedrossian quando foi autuada em flagrante por abandono de incapaz e lesão corporal grave. Segundo a delegada Nelly Gomes dos Santos Macedo, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), ela passará por audiência de custódia nesta quinta-feira (14).

Com a mãe presa e sem o registro de pai, a bebê deve ser encaminhada para um abrigo após receber alta hospitalar. Os dois irmãos dela foram levados para o Conselho Tutelar na noite de ontem e permanecem abrigadas.

Já o pai das duas crianças, de 7 e 3 anos, também procurou o Conselho Tutelar nesta quarta-feira. Ele afirmou que se afastou dos filhos para "evitar" a mãe das crianças. O homem está desempregado e admitiu que, além de não ver os filhos, não ajudava financeiramente.

Queda do 3º andar

De acordo com a Polícia Civil, a bebê estava no apartamento com a irmã e o irmão, de 7 e 3 anos. A mãe das crianças não estava na casa e a menina mais velha cuidava dos dois irmãos mais novos quando ocorreu o acidente.

Conforme relatos, a bebê estava chorando e a irmã tentava acalmá-la. A menininha se aproximou da janela - no apartamento que fica no 3º andar - para mostrar para a bebê as crianças que estavam brincando no pátio do condomínio, quando aconteceu a queda de, aproximadamente, 15 metros de altura.

As crianças que brincavam pelo condomínio e outros moradores viram o momento em que a bebê caiu. A mãe não estava em casa e foi informada por telefone sobre o acidente.

A mulher pediu que ninguém mexesse na bebê até a chegada do Corpo de Bombeiros, no entanto, uma vizinha que tem curso de primeiros socorros, se apresentou e pediu para auxiliar no socorro. Com autorização da mãe, a mulher fez massagem cardiorrespiratória e pediu ajuda para que ela fosse levada com urgência para o Hospital.

Um vizinho que estava de carro levou a mãe, a bebê e a vizinha até o Hospital Regional. Durante o trajeto, a moradora continuou com o procedimento de reanimação e foi ela quem deixou a bebê na emergência aos cuidados de enfermeiros. Devido à gravidade do caso, a menina foi transferida para Santa Casa.

Equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil foram acionadas. À reportagem do Jornal Midiamax, vizinhos disseram que a mãe das crianças procurava por uma babá para cuidar dos filhos porque terá que retornar para o trabalho ainda neste mês, quando termina a licença maternidade.

A mãe morava apenas com as crianças e não tem parentes em Campo Grande. Após a prisão dela, os dois outros filhos foram levados para o Conselho Tutelar.

Denúncia no Conselho Tutelar

A criança de sete anos não estava estudando. A escola, onde a menina estava matriculada, procurou o Conselho Tutelar por duas vezes para denunciar a ausência da criança.

A primeira denúncia feita pela escola foi no dia 11 de novembro de 2022, relatava a evasão escolar já que a criança não estava realizando as atividades pedagógicas. A outra denúncia feita pela escola foi registrada no dia 17 de maio deste ano pelo mesmo fato. Os dois casos são anteriores ao nascimento da bebê que tem 4 meses.

O Conselho Tutelar Sul, confirmou as denúncias sobre a ausência da menina na escola e disse que a mãe foi chamada ao Conselho e não compareceu.

A Prefeitura foi procurada pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax para falar sobre o caso e respondeu que nenhuma denúncia chegou a SAS (Secretaria de Assistência Social). Confira a nota na íntegra:

"A SAS informa que não consta em seu banco de dados qualquer registro de denúncia referente à bebê de 4 meses, nem mesmo sobre a mãe dela ou irmãos. Caso tenha havido denúncia, a mesma pode ter sido encaminhada ao Conselho Tutelar Sul, responsável pela região onde a menina reside. É preciso checar diretamente com os conselheiros."

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