O sul-mato-grossense Rodrigo Schlatter Matsumoto, natural de Chapadão do Sul, cidade a 330 quilômetros de Campo Grande, sagrou-se campeão Brasileiro de Rally Baja 2023, Categoria UTV 4, disputado neste final de semana em São Carlos (SP).
O piloto é PcD (Pessoa com Deficiência) e compete com uma prótese de perna. Adaptado ao ambiente, ele afirma que as disputas se dão de igual para igual com os demais pilotos. Com seu Can-Am Maverick X3, o piloto da Cotton Racing/Boreal PowerSports, foi campeão antecipado .
“Com uma mistura de emoção, adrenalina e determinação, iniciamos a última etapa do Rally Terra Verde. Com total dedicação e espírito de superação, estamos prontos para trilhar esse caminho.
O piloto conta que foi um campeonato muito disputado, com provas de alto nível técnico e ótimos pilotos de nível internacional, o que enobrece ainda mais o título de Campeão Brasileiro.
“Estou muito feliz, mais um sonho realizado! Não conseguiria alcançar esse feito sem a benção de Deus, o apoio incansável da minha família, o suporte dos amigos e o trabalho impecável da equipe Cotton Racing. Gratidão define!”, publicou Rodrigo nas redes sociais.
Para Rodrigo, que é natural de Chapadão do Sul, mas mora em Costa Rica há 11 anos, “todos os dias são uma oportunidade de superar nossos limites e nos desafiar. Não há obstáculos que não possamos enfrentar quando encontramos nossa força interior como motivação. Vamos em frente, sem medo, sem limites, sempre buscando ser nossa melhor versão!”
Influência
Considerado um novato nos ralis, o piloto chegou ao circuito pelas mãos do irmão, Conrado Schlatter Matsumoto, também da equipe Cotton Racing/Boreal PowerSports e competidor da categoria UTV 2 no nacional de Baja.
“Em 2022, comecei a competir por influência do meu irmão, que foi campeão em 2021, e agora estou aqui, na maior adrenalina, com meu primeiro título, de muitos, a bordo do meu Can-Am Maverick X3. Mesmo com título antecipado, vou em busca do primeiro lugar. Quero aproveitar para testar meus limites, ficar bem classificado na geral e de olho nos competidores da próxima categoria que quero competir, a UTV 3”, contou Rodrigo em entrevista à Revista Podium, dias antes da grande final.
Sem Limites
Aos 4 anos de idade que Rodrigo sofreu o acidente na fazenda do avô, no qual teve a perna triturada por uma máquina. A história que poderia ser somente triste, não é. Ao contrário. “Convivo muito bem com essa questão. Além de competir, jogo tênis, faço academia, curto com meus filhos, tudo normal. O que me deixa muito feliz é que, com isso, acabo ajudando muita gente, incentivando. Mas gostaria de ajudar mais e tenho planos de me juntar a pessoas e empresas para ações nesse sentido”.
Mesmo sendo PcD e competindo com uma prótese de perna direita (tíbia), Rodrigo diz que é completamente adaptado ao ambiente, ele afirma que as disputas se dão de igual para igual com os demais pilotos.
“Essa condição não é um obstáculo para mim, tanto que me adaptei facilmente ao Maverick X3, sem a necessidade de fazer qualquer tipo de mudança. Consigo acelerar com a perna mecânica e frear com a perna esquerda naturalmente”, conta Rodrigo.
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