A defesa do membro da quadrilha especializada que foi contratado para levar a caminhonete Hilux roubada para a Bolívia, na última sexta-feira (24), na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, de um engenheiro civil de 66 anos, que foi sequestrado, pediu pela liberdade dele, neste sábado (25).
Foi pedido a liberdade com medidas cautelares, como tornozeleira eletrônica. A defesa alegou que, “Quanto à acusação de extorsão mediante sequestro (CP, art. 159), também nada deve prosperar em relação ao acusado. Isso porque, como se vê nos autos (f. 44), a Polícia Militar entrou em um terreno baldio nas proximidades do Indubrasil, e lá encontraram outros sujeitos que repeliram a abordagem policial, ocasião em que vieram a falecer trocando tiros – nada que viesse a envolver o acusado.”
Dois membros da quadrilha envolvidos no caso morreram após entrar em confronto com equipes do Batalhão de Choque. Eles chegaram a ser socorridos e levados a uma unidade de saúde, mas não resistiram e morreram. Um deles foi identificado como Guilherme Amorim Paixão, já que a polícia encontrou recibos com PIX feito pela vítima para conta dele, num total de R$ 2 mil. A Hilux seria levada para a Bolívia.
Foram presos: N.C.C., 27, e R.T.C.L., 30 anos, apontado como o mandante do crime, que foi preso em uma casa de alto padrão, na Vila Nhanhá.
N. relatou à polícia ter sido contratado por R., no dia anterior ao crime, por R$ 5 mil e seu papel no crime seria levar a caminhonete para a Bolívia.
Ainda segundo o depoimento de N., na manhã de sexta-feira (24), recebeu telefonema de R. confirmando o 'serviço' e foi orientado a esperar em frente a um buffet no bairro Amambai. De lá, entrou na caminhonete de R.. Eles foram até um posto de combustíveis e, em seguida, até o local onde a vítima era mantida em cárcere, em um galpão no Indubrasil.
No local, havia um terceiro comparsa. R. falou com o comparsa e pediu para N. entrar na caminhonete roubada do engenheiro, que já estava ligada, esperando para ele levá-la para a fronteira com a Bolívia.
De acordo com informações do Comandante Rocha do Choque, a quadrilha começou com roubo de celulares de duas pessoas no Jardim Bela Vista. Com isso, os policiais começaram a monitorar e encontraram a caminhonete conduzida por N., que revelou os detalhes do sequestro. Na sequência, os criminosos foram ao Centro da cidade, onde abordaram o engenheiro civil na Hilux.