Pouco mais de 30 minutos de depoimento, na DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio e Proteção à Pessoa), foi o tempo em que E.S.A, companheiro de Wagner Vicente, falou sobre o assassinato da vítima. Logo após o crime, E. foi beber cerveja em frente de casa.
E. contou que a motivação para o crime seria ciúme, já que Wagner estava agindo de forma estranha, saía de casa e chegava a ficar até dois dias fora e, quando voltava, estava com roupas novas. Ele disse que questionava Wagner sobre as atitudes suspeitas e a resposta era de que um homem de uma clínica de reabilitação o estava ajudando, e que iria se internar.
Mas, E. revelou que não acreditava na história. Quando questionado pelo delegado Carlos Delano sobre A., que também participou do homicídio, E. respondeu que o venezuelano seria apaixonado por ele, e que eles já haviam se relacionado uma vez. Ele ainda revelou que no dia do crime descobriu que Wagner estava dando em cima de A., o que fez com que sua raiva aumentasse.
Sobre a dinâmica dos fatos no dia do assassinato, E. disse que havia cavado a cova para assustar Wagner, fazendo com que ele pensasse que seria morto para confessar que estava o traindo. E. disse que cavou a cova por volta das 16 horas e que logo cedo já tinha tido uma discussão com Wagner.
Segundo E., a discussão foi motivada pelas suas desconfianças e, antes de sair de casa Wagner teria dito a ele: “Você vai pagar caro, vai chegar para você”. E. então teria respondido: “vai chegar primeiro para você”. O autor justificou o crime dizendo que foi ameaçado de morte, mas que o ciúme também ajudou a cometer o assassinato.
Após a volta de Wagner para casa por volta das 20 horas, junto do trio que foi buscar a vítima nas proximidades do Horto Florestal, uma nova discussão começou na residência em um dos quartos, e neste momento aconteceu o assassinato de Wagner por estrangulamento para não sujar a casa de sangue.
O trio arrastou o corpo de Wagner para o quintal onde estava a cova, jogando-o dentro do buraco. Em seguida, E. comprou uma caixinha de cerveja e ficou com A. e T. na frente de casa, onde beberam até por volta das 23 horas.
E. foi preso no seu local de trabalho, em um restaurante em um shopping da cidade. A.foi preso depois que a irmã foi à delegacia denunciar o crime, e T. se entregou um dia depois no Batalhão de Polícia Militar e foi levado para a delegacia.
A vizinha que havia dado orientações de como enterrar o corpo para que não exalasse cheiro e fosse descoberto foi solta em audiência de custódia, nesta quarta-feira (22). Já E. e A. tiveram a prisão preventiva decretada.