Dois anúncios em um. Foi assim que a CBF (Confederação Brasileira de futebol) fez nesta terça-feira, 4. No vídeo em que oficializou Fernando Diniz como seu técnico interino por um ano, o presidente da entidade confirmou que Carlo Ancelotti, nome desejado desde a saída de Tite, será o treinador da seleção brasileira em 2024.
"A partir do momento do Audax, passou por outros clubes com a mesma filosofia, mesmo método. Gostei muito da renovação que ele fez nas aplicações táticas. A proposta do jogo é quase parecida com o treinador que assumirá na Copa América, o Ancelotti", justificou Ednaldo, confirmando que será o italiano que comandará a seleção na Copa América do ano que vem, a ser disputada entre junho e julho. Existe a possibilidade de que Ancelotti trabalhem juntos, mas não há, ainda, definição em relação a isso.
A definição, ao menos por parte da CBF, confirma o que Carlo Ancelotti sempre deixou claro. Desde o primeiro momento em que foi noticiado o interesse da seleção brasileira, o treinador italiano informou de maneira clara que tinha contrato com o Real Madrid até junho de 2024 e gostaria de cumprir o acordo até o final, o que acontecerá segundo o que foi informado por Edinaldo Rodrigues nesta terça-feira.
A Copa América do próximo ano, primeira competição em que o Brasil terá Carlo Ancelotti em seu comando, acontecerá entre os dias 20 de junho e 14 de julho nos Estados Unidos. O torneio contará com 16 seleções, sendo 10 da Conmebol e seis convidadas da Concacaf, a confederação da América do Norte, Central e Caribe.
Apesar de ser praticamente o único nome desejado pela CBF durante o período sem treinador, Carlo Ancelotti terá um desafio diferente na carreira. Vitorioso por onde passou como técnico de clube, sendo o maior vencedor da Liga dos Campeões na função, o italiano já declarou em outras oportunidades que nunca se viu como técnico de uma seleção.
"Pensei às vezes em ir para uma seleção, mas eu gosto do dia a dia. Pude ir à Itália em 2018, mas não fui. Até que esse chip mude na minha cabeça, não vou a uma seleção", disse Ancelotti em abril do ano passado. "Se passar essa vontade pelo dia a dia no clube, eu paro." Sua única experiência em seleções foi ser auxiliar da comissão técnica da Itália em 1994, quando o Brasil se sagrou tetra nos Estados Unidos.
Os atletas brasileiros gostam do veterano treinador, tanto que os líderes do elenco aprovaram seu nome em reunião com Ednaldo Rodrigues. "É um excelente treinador, grande amigo, e acredito que vai agregar muito, porque tem grande experiência", avaliou Ronaldinho Gaúcho, comandado pelo italiano ainda no Milan.
"O Ancelotti é um cara que ganhou tudo. Então, com certeza nos ensinará bastante", projetou Neymar, o maior astro que o profissional comandará no Brasil ao lado de Vinícius Júnior, com quem já trabalha.
Ronaldinho foi um dos mais de 40 brasileiros que Ancelotti dirigiu. Hoje, no Real Madrid, Rodrygo, Vini Jr e Eder Militão estão sob sua responsabilidade. "Onde ele chega, ele ganha", enalteceu Rodrygo. "Ele pode trazer isso para a seleção também. A gente sabe que a seleção sempre tem de ganhar."
Richarlison está ansioso para tê-lo de novo como técnico. O camisa 9 da seleção brasileira disse ter se tornado um "fenômeno" nas mãos do italiano quando defendia o Everton, da Inglaterra. "Lá no Everton, ele me ajudou muito, comecei a fazer gol sem parar. Virei um parceiro dele", contou. "Ele me levava para casa, já me sentia até um filho dele", completou o "Pombo".