Inesquecível programa que causava arrepios nos telespectadores, o "Linha Direta" está de volta à programação da TV Globo nesta quinta-feira (4). Reformulado e com Pedro Bial na apresentação, a atração fez história e marcou gerações, principalmente pelo tom amedrontador provocado quando abordava casos em aberto e os apresentadores diziam algo como "o assassino pode estar à solta, bem aí, na sua cidade".
Em 17 anos, de 1990 a 2007, o "Linha Direta" fez a simulação de crimes que aconteceram por todos os cantos do Brasil, e Mato Grosso do Sul não ficou de fora dos episódios. Relembre a seguir 6 casos do "Linha Direta" que destacaram ocorrências sul-mato-grossenses.
No programa de 28 de fevereiro de 2002, o "Linha Direta" expôs um crime que chocou a população da cidade de Paranhos, em Mato Grosso do Sul.
Para se vingar de uma mulher que o denunciou à polícia, um policial militar contratou dois pistoleiros para executar o filho dela, de dez anos. No entanto, eles erram o alvo e assassinaram outra criança, de 11 anos. Mas a mãe não se cala e seu filho acabou morto três meses depois pelas mesmas pessoas.
Os assassinatos das duas crianças, que ocorreram nos dias 20 de outubro de 1997 e 22 de janeiro de 1998, deixaram a cidade muito abalada. Quando o programa foi ao ar, 5 anos após os crimes, o policial ainda estava foragido.
Ex-prefeito de Três Lagoas (MS) foi assassinado e uma das acusadas do crime era sua última esposa, quarenta e cinco anos mais nova do que ele, com quem viveu durante sete anos. Após perder a primeira mulher, em janeiro de 1989, a vítima - ex-pecuarista, ex-empreiteiro e milionário - passou a se envolver com mulheres bem mais jovens e a gastar fortunas com elas.
A última delas era justamente a acusada de ter planejado o crime, junto com o amante e o pai dele. O motivo do crime teria sido um casa que a vítima havia dado para a mulher. O ex-prefeito foi morto na noite de 8 de janeiro de 2001, com cinco tiros, por dois pistoleiros. Já o programa foi exibido em 4 de outubro daquele mesmo ano.
"Inocência do primeiro amor" é o título do episódio que resgatou um crime ocorrido em Jardim, Mato Grosso do Sul, quando um comerciante foi acusado de matar o namorado da filha, de 17 anos, por não aprovar o relacionamento.
O assassinato ocorreu no dia 21 de abril de 1998. A vítima estava morando na cidade há apenas dois meses quando conheceu a filha do acusado e começou a namorá-la. Mesmo contra a vontade dos pais dela, o casal continuou se encontrando escondido até que a menina fugiu de casa e foi morar com o namorado.
Segundo a acusação, seis dias depois o rapaz foi morto pelo comerciante com três tiros. O irmão do comerciante também estava sendo acusado de participação no crime e, quando o programa foi ao ar, respondia ao processo em liberdade.
Assista:
Mecânico foi acusado de matar a mulher depois de 26 anos de convivência. O crime aconteceu em 3 de outubro de 2001 em Campo Grande (MS). Policial civil concursada, a vítima ficou 17 anos na instituição trabalhando, entre outros lugares, na Delegacia de Mulheres. Lá, dizia às mulheres para não se deixarem subjugar pelos maridos agressores.
Mas quando voltava para casa, acabava se tornando vítima do mesmo tipo de violência. Foram 26 anos de surras e humilhações. Tanto que nos últimos tempos de casamento só encontrava paz quando percorria o cemitério de Campo Grande. Era tão grande a vontade de sair daquela vida, que a vítima chegou a roubar mercadorias de um mercado - na frente dos outros - para se deixar flagrar.
Levada para a delegacia, estendeu o braço para receber algemas e apontou o xadrez. Estaria, acreditava, definitivamente livre da tirania do casamento. O acusado estava foragido quando o episódio foi ao ar.
Campeão estadual de montaria de Mato Grosso do Sul foi assassinado na porta de uma boate de Campo Grande, capital do Estado. A vítima, de 19 anos, foi morta depois que sua caminhonete bateu, sem causar nenhum estrago, na traseira de um carro na fila do estacionamento da boate.
O acusado do crime estava neste carro e, depois de uma discussão com um amigo do campeão, disparou um tiro no peito da vítima. O crime ocorreu na madrugada de 8 de julho de 1999.
Simulação do programa "Linha Direta" sobre o caso - (Foto: TV Globo/Reprodução)
Este é um dos episódios mais emblemáticos da história do "Linha Direta". Intitulado "As cartas de Chico Xavier", o programa relembrou casos em que cartas psicografadas foram usadas como prova pela Justiça Brasileira. E um assassinato em Campo Grande, que também entrou para a história da Capital, esteve entre as ocorrências resgatadas no dia 4 de novembro de 2004.
Miss Campo Grande 1975, a bancária Gleide foi morta com um tiro pelo próprio marido. Ela chegava em casa, cansada de uma festa, sentou-se na cama e foi alvejada na garganta quando tirava os sapatos.
Levada para o hospital, ainda teve tempo de falar para parentes e funcionários da UTI que o tiro fora acidental. Morreu uma semana depois devido a complicações do ferimento.
Cartas psicografadas pelo médium Chico Xavier, supostamente enviadas por ela, afirmaram que o tiro foi acidental e o viúvo acabou inocentado pela Justiça. Assista ao episódio: