Vagner Franco Alves, preso neste sábado (3) pelo assassinato da namorada Monalisa Pereira Alves Muricy, de 55 anos, nega o crime. Ele se escondia em uma área de mata no Distrito de Anhanduí, em Campo Grande, onde o feminicídio aconteceu no último domingo (27).
Conforme a Polícia Militar, inicialmente Vagner nega o crime. “Mataram minha mulher”, teria dito aos militares no momento da prisão.
Foi expedido mandado pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e policiais do 10º Batalhão da Polícia Militar localizaram e prenderam o autor. Assim, já foi transportado até a delegacia, para depois seguir até o presídio.
A delegada plantonista Thais Duarte Miranda relatou que moradores denunciaram a localização de Vagner. Ele foi visto algumas vezes nas margens da rodovia e em um ponto de ônibus.
Então, neste sábado as equipes conseguiram encontrar o suspeito. Ele se escondia na área de mata e teria saído para comprar suprimentos na cidade.
Além disso, no esconderijo de Vagner foram encontrados cobertores, desodorante e alimentos. Ainda no relato inicial, o acusado disse que estava esperando para se apresentar com advogado.
Vagner está preso preventivamente, já que estava com mandado de prisão em aberto pelo feminicídio.
Mecânico de 45 anos e vizinho de Monalisa falou ao Jornal Midiamax que a vítima era uma ‘pessoa muito boa’. O mecânico contou que no domingo (27) foi até a sua casa que está reformando - ele está na casa da irmã enquanto faz a reforma - para molhar as plantas, quando viu Monalisa na varanda de casa sentada em uma cama usada como sofá.
Ele disse que Monalisa o chamou para almoçar, que estavam fazendo churrasco na casa dela e bebendo. O mecânico disse que estava cheia de garrafas e latas de cerveja esparramadas pela casa, e que dentro do imóvel dava para ouvir tiros disparados contra as latas.
O homem conversou rapidamente com ela e resolveu ir embora, já que percebeu que estavam embriagados. Ele disse que só conhecia o namorado de Monalisa de vista.
Outro vizinho, que não quis se identificar, comentou que não ouviu gritos no dia do crime, mas que o casal vivia discutindo.
Segundo a delegada Rafaela Lobato, a mulher tinha uma aposentadoria e o suspeito se aproveitava dessa situação. Ainda conforme a delegada, questões financeiras seriam a causa do feminicídio.
A casa onde Monalisa foi assassinada era usada para consumo de drogas por várias pessoas. Lá os policiais apreenderam pasta base de cocaína.
Ainda segundo a delegada, o suspeito tem passagens por tráfico de drogas, um homicídio em Dourados, lesão corporal dolosa e receptação. As passagens vão de 2007 a 2018. O homem está foragido e a polícia procura por ele.
O amigo do suspeito foi preso e no momento da sua detenção teria dito que tinha se arrependido do que havia feito. Já na delegacia, negou participação no crime.
Monalisa estava em casa na companhia da amiga, do namorado e de outro homem, por volta das 21h30, quando estavam bebendo. Segundo relatos feitos à Polícia Militar, o namorado passou a esfaquear a vítima.
Logo após o crime, os dois homens fugiram, sendo que o amigo também pode ter participado do crime. Já a amiga não soube explicar o que aconteceu.
Ela disse aos policiais que Monalisa mantinha um relacionamento amoroso com o autor há poucos meses. O suspeito abandonou o celular na casa e a faca usada no crime a alguns metros da residência.
Os policiais fizeram buscas e só localizaram o amigo do suspeito, que foi levado para a Deam.