Comerciantes da região da Avenida Júlio de Castilho estão sendo alvos de supostas lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), que estariam exigindo dinheiro para 'fazer a segurança' dos estabelecimentos. O Jornal Midiamax conversou com dois empresários, que não serão identificados por questão de segurança.
Uma das vítimas disse que recebeu a ligação de um número com DDD de outro Estado e, apesar de achar estranho, acabou atendendo. Foi quando o criminoso que se identificava como integrante da facção criminosa PCC fez as ameaças.
"Vou te encher de porrada e matar seus filhos", relatou um dos comerciantes. A vítima disse que na hora ficou apavorada e que, depois, o criminoso teria exigido dinheiro para "cuidar do local". Ele falou que procurou delegacia da região e, ficou sabendo que se tratava de um golpe.
O outro comerciante disse que sofreu as ameaças e tentativa de extorsão, mas que não deu muita atenção. Ele falou que o criminoso que se dizia do PCC pediu R$ 10 mil para 'cuidar' do estabelecimento e não deixar que nada de mal acontecesse com ele. Em seguida, conversou com um investigador da Polícia Civil, que informou ser golpe e que outras vítimas teriam passado pela mesma situação.
Em nenhum dos casos as vítimas registraram o boletim de ocorrência. Conforme a delegada Franciele Candotti, responsável pela área, o PCC não age dessa forma e que os comerciantes que forem vítimas desse tipo de tentativa de golpe, devem procurar a delegacia de polícia para registrar o boletim de ocorrência, o que não ocorreu em nenhum dos casos que ela foi questionada.
No bairro Zé Pereira, próximo à região da Júlio de Castilho, vários muros de residências e de terrenos foram pichados pelo PCC, mostrando o domínio na região. Alcance esse aumentado após pedido de prisão feito pelo MPMS (Ministério Público Estadual) contra policiais do Batalhão de Choque que atuaram em uma batida em boca de fumo no Jardim Aeroporto - bairro que também fica na região da Júlio de Castilho -, segundo os próprios moradores que, por medo, dizem pedindo para não terem a identidade revelada nem os rostos expostos que a atuação do grupo acontece em bairros próximos, mas não lá.
Apesar de ser visível a dominação da facção no bairro, muitos moradores tentam amenizar a situação dizendo que os ‘moleques’ fazem algazarra e não mexem com moradores e nem comerciantes do bairro, reforçando o teor das ameaças relatadas pelos comerciantes.
Em um dos muros pintados, é possível ler a frase: “Cria da quebrada não morre, vira lenda”. Já outra pichação diz: “Proibido roubar na quebrada”.
Em grupo de WhatsApp, supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) dizem que membro do MP responsável por pedir a prisão de policiais do Batalhão de Choque “tá fechado” com eles. A intenção ainda seria de pedir para que ele solicitasse transferência dos ‘irmãos’ que estão atualmente encarcerados no Presídio de Regime Fechado da Gameleira.
“Essa nossa que fecha com o 1533, ela que afastou os vermes. Esses dias nós com os gravatas, para levar uns nomes dos irmãos que estão na super máxima. Para ela ver os processos deles, para tentar fazer transferência dos irmãos por cadeia aqui na Máxima (sic)”, diz mensagem de um dos integrantes do grupo.