Foi decretada nesta terça-feira (24) a prisão preventiva de Diogo Cardoso de Souza, de 28 anos, acusado do feminicídio de Érica Miranda de Souza, de 27 anos. O crime aconteceu na madrugada de segunda-feira (23) e a vítima foi encontrada por equipe da Polícia Militar, abraçada pelo filho de 2 anos.
Conforme apurado pelo Midiamax, Diogo passou por audiência de custódia em Terenos, onde o crime aconteceu, a 28 quilômetros de Campo Grande. Ele teve a prisão preventiva decretada e será encaminhado ao presídio. O acusado foi preso em flagrante quando tentava fugir para Minas Gerais.
Érica já tinha tentado separação do marido por pelo menos 10 vezes antes de ser assassinada. Ela tinha medidas protetivas contra ele desde janeiro de 2021. Ao ver a mãe morta, o filho de Érica de 9 anos chegou a perguntar para o padrasto: “Você vai me matar também?”
Em depoimento, Diogo disse que não lembrava de muita coisa, apenas da discussão que teve com a esposa enquanto o casal fazia um churrasco na chácara em que morava. Depois da briga e do feminicídio, ele ainda teria dado um beijo na vítima, pedindo desculpas.
Em depoimento, o acusado contou que trabalhou até 16 horas no domingo, depois ganhou uma caixa com 15 cervejas do patrão e foi para casa. Ele e Érica assaram um porco e, quando a cerveja acabou, ela pediu que ele fosse até a sede da propriedade rural para buscar mais.
Diogo buscou mais cerveja e também pegou uma arma de fogo do patrão. O casal teria passado a atirar nas latinhas e o autor falou que os homens da família dele não morriam pelas mãos dos outros. Érica teria respondido que Diogo estava se achando imortal.
Foi assim que teve início a discussão do casal. Diogo disse ainda à polícia que Érica falou sobre uma traição que ele teria cometido, com uma amiga dela, que ele negou. Então, ainda segundo ele, a esposa quebrou os celulares e entrou na residência, sendo seguida por ele.
O acusado afirmou que a vítima disse “Atira se você é homem. Você não tem coragem”. Diogo disse ainda que, depois que a vítima se sentou na cama, ele atirou ao menos 5 vezes contra ela. A vítima caiu na cama e o crime foi presenciado pelo menino de 9 anos.
A criança teria então questionado o padrasto se atiraria nele também. O autor respondeu que “não faria isso com uma criança”.
Em janeiro de 2021, Érica solicitou medidas protetivas, logo após ser ameaçada de morte pelo marido. A medida foi concedida, mas, antes disso ela já havia registrado um boletim de ocorrência contra o autor, em 31 de dezembro de 2020.
Já no dia 2 de maio de 2021, Érica procurou novamente a delegacia para registrar outro boletim de ocorrência, quando em uma discussão com seu marido, ele queimou as suas roupas e ameaçou matá-la, caso fosse preso. Na época, ela disse que temia por sua segurança.
Após o crime, o menino de 9 anos foi até a casa de uma vizinha, enquanto o menino mais novo, de 2 anos, ficou dormindo com a mãe. Ele relatou o caso e a mulher telefonou para um outro vizinho, que tinha dado carona para Diogo até Campo Grande.
Este vizinho relatou à polícia que, por volta das 3 horas, o suspeito foi até a casa dele pedindo uma carona para o aeroporto. Ele teria alegado que o pai tinha sido assassinado em outro estado.
Assim, o vizinho o deixou no Aeroporto Internacional de Campo Grande. Depois que desceu do carro, ele começou a procurar por um motorista de aplicativo. Foi neste momento que os vizinhos receberam ligação testemunha, contando sobre o feminicídio.
Polícia Militar foi acionada e encontrou o menino de 2 anos dormindo abraçado com a mãe. As crianças foram deixadas com familiares e o caso está em investigação. O crime foi registrado como feminicídio majorado, se praticado na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
Diogo foi preso horas depois, por equipe da Polícia Militar Rodoviária, após informações repassadas pelo GOI (Grupo de Operações e Investigações) sobre o possível paradeiro do autor. Ele foi detido na região de Paranaíba quando pegava uma carona paga, para Belo Horizonte.