QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2024
DATA: 17/05/2022 | FONTE: Midiamax Casal que dormiu um mês em chiqueiro é resgatado em situação análoga à escravidão em MS Idoso e dois filhos foram presos em flagrante
Casal estava em situação precária e sem carteira assinada (Divulgação)

Situação análoga à escravidão foi descoberta em Corumbá, cidade distante 444 quilômetros de Campo Grande. Casal de 23 e 38 anos foi resgatado por policiais civis, após passar um mês dormindo em um chiqueiro em um rancho, nas margens do Rio Paraguai.

Equipe do SIG (Setor de Investigações Gerais) teve conhecimento sobre os fatos e foi até a propriedade rural, que pertence ao homem de 63 anos. No local, os agentes identificaram as condições precárias de moradia e de trabalho.

As vítimas contaram que trabalham no rancho há pouco mais de 2 meses. O casal relatou que foi contratado por empreita, por R$ 60 a cada hectare de terra roçada. No entanto, não chegaram a receber qualquer valor em pagamento.

Além disso, o acusado teria alegado uma dívida que o casal tinha adquirido, de R$ 2 mil, pela alimentação fornecida. O casal disse ainda que chegou a morar em um chiqueiro no primeiro mês, um local feito com tábuas de madeira, sem piso, sem paredes, vulnerável a chuvas, vento, sol, frio e entrada de animais.

Também não havia água encanada ou filtrada, sendo que as vítimas tomavam água do rio. Não havia sequer banheiro, vaso sanitário ou chuveiro. Tudo era feito no mato ou em uma bacia improvisada e os banhos com água do rio.

Vítimas dormiram um mês em chiqueiro(Divulgação)

Pela ausência de barco para transporte, as vítimas relataram que dependiam totalmente dos patrões para levarem comida, mas que eles nem sempre forneciam o alimento necessário, e por este motivo dependiam muitas vezes de doações dos vizinhos para se alimentarem.

Sobre o transporte para a cidade, foi relatado que, apesar dos patrões terem barco, raramente o transporte para a cidade era disponibilizado, e com isso a locomoção ficava restringida. Foi afirmado ainda pelas vítimas que a carteira de trabalho jamais foi assinada e que o homem de 63 anos possui um patrimônio de mais de mil cabeças de gado.

Os policiais fizeram inspeção e comprovaram a condição precária de habitação e trabalho, configurando situação análoga à de escravo. O delegado Nicson Lenon determinou a prisão em flagrante dos três autores, o homem de 63 anos e os dois filhos.

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