Foi decretada pena definitiva de pouco mais de 30 anos de reclusão a José Maria Rodrigues Pereira, o ‘Faustão’, preso em setembro de 2019 pelo estupro de duas adolescentes, de 13 e 16 anos, no Jardim Colorado. O processo transitou em julgado no fim de março, sendo esta a pena definitiva do réu, que ainda foi reconhecido por outras vítimas após a prisão.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, José Maria foi condenado menos de um ano após a prisão, a 17 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão e ainda 3 meses e 15 dias de detenção, além do pagamento de 15 dias-multa. No entanto, MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu aumento da pena.
Assim, foi definida pena de 30 anos e 11 meses de reclusão, mais 4 meses e 15 dias de detenção e 35 dias-multa. O pintor responde pelos crimes de estupro de vulnerável, estupro, satisfação da lascívia, filmar cenas de sexo envolvendo menores e roubo qualificado com restrição de liberdade das vítimas.
O acusado também teria agredido um bebê de um ano durante o crime. Ele invadiu a residência das vítimas naquele dia 5 de setembro de 2019.
Na época dos fatos, foi declarado que ‘Faustão’ seria um estuprador em série. Isso porque após ser preso ele foi reconhecido por outras vítimas. Também foi apontado que, se ele continuasse solto, cometeria outros crimes semelhantes.
Entre 2008 e 2010, o pintor teria estuprado outras duas crianças, uma delas com 8 anos. Uma das vítimas reconheceu o estuprador pelas fotos divulgadas em notícias e procurou a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), relatando que tinha sido vítima do acusado quando criança.
Ela ainda lembrou que não o denunciou na época dos fatos por medo, já que ele sabia onde ela morava. Em 1998, José Maria também já tinha sido condenado por um estupro que cometeu na cidade de Cassilândia. Depois de cometer o abuso, ele ainda roubou da residência o valor de R$ 30 mil.
‘Faustão’ observava se a casa estava sem a presença de adultos e depois disso invadia a residência para cometer os estupros e os roubos. Ainda segundo a polícia, ele sempre escolhia casas onde moravam adolescentes e crianças, que ficavam sozinhas no imóvel. “José é uma pessoa fria e cometia os crimes para satisfazer a sua lascívia”, disse na época a delegada Anne Karine Trevizan.
José Maria cumpria pena em regime semiaberto e saía do presídio todas as manhãs para trabalhar em uma fábrica de processamento de mandioca. Na data dos fatos, a mãe saiu de casa e deixou a menina de 13 anos e o bebê de um ano sob os cuidados da irmã mais velha, que tinha 16 anos.
A mulher saiu e a adolescente foi fechar o portão. Quando voltou, acabou abordada pelo homem que havia pulado o muro e invadido o quintal do imóvel. Ele rendeu as meninas, entrou na casa, bebeu leite e comeu bolo, sempre agindo de forma violenta e ameaçado as vítimas com uma faca.
Inclusive, o homem usou várias facas da residência e deixou digitais, maneira como acabou identificado após o trabalho da Perícia. Depois, encontrou uma caixa de luvas e usou um par. José obrigou que a garota de 13 anos filmasse a irmã mais velha sendo estuprada. O agressor ainda cometeu atos libidinosos contra a vítima de 13 anos e agrediu o bebê, que estava chorando, com um tapa no rosto.
Antes de fugir, trancou as vítimas na casa e pediu para que contassem até 200, enquanto fugia. O celular usado para fazer a filmagem era o celular da vítima que foi roubado junto com outro telefone. Durante as investigações, a polícia descobriu que ele havia deixado o boné no local e colheu registros de digitais deixadas por onde ele passou.
Além disso, as meninas disseram que ele cobria o rosto com uma camiseta, assim como fazem para se proteger do sol os trabalhadores da fábrica onde ele trabalhava. Foi feito pedido de prisão temporária e mandado de busca e apreensão na casa do suspeito, que foram cumpridos. Os policiais foram à Gameleira na tentativa de prendê-lo, mas ele fugiu.
No entanto, na casa em que ele vivia com a esposa, no bairro Santo Eugênio, a equipe executou os mandados e recuperou os celulares furtados.