Nesta terça-feira (22), André Oliveira Macedo, o André do Rap, um dos traficantes líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), completa 500 dias foragido. Ele foi solto no dia 10 de outubro de 2020, após decisão do ministro Marco Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal) e não foi mais visto desde então. A suspeita é de que tenha fugido para o Paraguai.
Tal possibilidade foi levantada uma vez que a facção tem presença marcante no país vizinho, um dos maiores produtores de maconha do mundo, e aproveita as fronteiras com o Brasil via Paraná e Mato Grosso do Sul para despachar os carregamentos. Além da polícia e da Justiça, também o perseguem rivais que têm a intenção de matá-lo.
Isso ocorre porque outros traficantes que devem a ele enxergam uma possibilidade de se livrarem das dívidas caso ele seja ‘tirado do jogo’. Por este motivo, fica ainda mais difícil a localização, já que o criminoso tende a se tornar ainda mais recluso e restringir o contato até mesmo com membros da própria organização.
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Ainda em 2020, a PF (Polícia Federal) divulgou fotos com possíveis disfarces de André. As fotos fazem uma projeção de como ele estaria caso usasse óculos, barba e bigode curtos ou longos, boné e até com os cabelos cortados. O material foi elaborado pelo Instituto Nacional de Identificação, e conta com 11 imagens.
O objetivo é criar hipotéticas aparências de André do Rap caso ele esteja utilizando acessórios ou até mesmo tenha feito procedimentos faciais durante o tempo que está foragido. As forças de segurança do Paraguai foram informadas e também estão em alerta, mas não há informações sobre o traficante.
André foi solto no dia 10 de outubro de 2020 após concessão de habeas corpus pelo ministro Marco Aurélio, mas teve a soltura cassada por Luiz Fux, outro ministro do STF, cerca de oito horas depois. Já no dia 13 de outubro teve uma foto e dados incluídos na lista internacional de procurados da Interpol.
Conforme o sistema de procurados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o criminoso atua com tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro no Brasil e Europa. Em 28 de Maio de 2014, por ocasião da “Operação Oversea”, teve sua prisão decretada, em razão dos crimes de tráfico transnacional de drogas e associação ao tráfico, por envolvimento gerencial no transporte de aproximadamente 4 toneladas de cocaína.
Em setembro do ano passado, André foi condenado a pagar uma multa de mais de R$ 2,4 milhões à Justiça Federal, resultado da decisão do juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos (SP), e está relacionada a um outro processo pelo qual o réu responde, também por tráfico de drogas e datado do ano de 2013.
As últimas informações sobre o paradeiro de André davam conta de que ele supostamente teria fugido para Amambay, estado paraguaio na linha internacional com Mato Grosso do Sul. Ele teria se escondido ali para reorganizar o PCC depois que grupos de gangues pequenas estavam tentando tomar o controle do tráfico na região.
O narcotraficante teria sido encarregado pelos dirigentes do PCC a pacificar a fronteira entre o Brasil e Paraguai, por ser discreto e calmo. As gangues que tentavam dominar a área cessaram os conflitos e se uniram, segundo fontes policiais, e foram à procura do narcotraficante em Amambay.