O futuro ministro tem especialização em Ortopedia pelo serviço de Ortopedia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e subespecialização em Ortopedia Infantil pelo Scottish Rite Hospital for Children, em Atlanta (EUA). Atuou como médico militar tenente, no Hospital Geral do Exército e trabalhou ainda na Santa Casa de Campo Grande de 1993 a 1995.
Ingressou na política em 2005, quando foi nomeado secretário de saúde de Campo Grande. O futuro ministro comandou a secretaria de 2005 a 2010, durante a gestão do então prefeito Nelsinho Traud. Mandetta era filiado ao MDB e migrou para o DEM para concorrer a deputado federal em 2010. Foi eleito com 78,7 mil votos e reeleito, quatro anos depois, com 57,3 mil votos.
Mandetta foi investigado em 2015 por crimes relacionados à aquisição e instalação do Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa). O sistema de informática foi comprado quando o parlamentar era secretário municipal de Saúde em Campo Grande.
De acordo com o advogado de defesa do futuro ministro Vladimir Rossi, Mandetta foi denunciado, mas não é réu. Ele aguarda decisão da Justiça Federal.
A investigação foi proposta pela Procuradoria Geral da República, em Brasília, supervisionada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e realizada pela Polícia Federal (PF). O Gisa custou aos cofres públicos quase R$ 10 milhões entre recursos federais e municipais. Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou um prejuízo de cerca de R$ 6 milhões em pagamentos indevidos por serviços não executados.
Mandetta teve os bens bloqueados em uma ação civil pública relativa ao caso. Aos jornais "O Globo" e "Folha de S.Paulo", ele negou qualquer irregularidade na aquisição e instalação do sistema de Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa), e disse que explicou o caso a Bolsonaro.
O deputado também é investigado por improbidade administrativa. O MPF em Mato Grosso do Sul ajuizou duas ações de improbidade na Justiça Federal de Campo Grande por fraudes na implantação do Gisa. De acordo com o MPF, foram denunciados o ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), o ex-secretário de Saúde Pública, Mandetta e outras 24 pessoas.
Segundo o MPF, as ilegalidades começaram logo na elaboração da licitação. A empresa vencedora teria tido acesso às regras do certame e se adaptou a elas antes da publicação do processo. Na ação, o MPF pediu a condenação de todos os envolvidos, ressarcimento aos cofres públicos de R$ 8.166.364, referentes aos prejuízos causados, além de pagar indenização por danos morais.
A última decisão publicada em agosto deste ano, diz que o julgamento das ações de improbidade referentes a fraudes na implantação do sistema Gisa, permanecerá a cargo da Justiça Federal.
O futuro ministro relatou que explicou o caso ao presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou que deixou o cargo de secretário de Saúde em 2010 e que um deputado de oposição fez as denúncias. Conforme Mandetta, o projeto sofreu uma "ruptura" por parte da administração que assumiu a prefeitura de Campo Grande em 2013.
"O projeto sofreu uma ruptura por parte da prefeitura que entrou em 2013. Foram demitidos todos os técnicos, o projeto ficou sem condições de dar continuidade por interrupção administrativa, renovaram convênio e não renovaram o contrato", disse.
Mandetta reconheceu que se sente "desconfortável" pela situação, porém destacou que não é réu no caso.