Graças às investigações da Operação Oiketikus, que levaram à prisão de 21 policiais militares em maio por envolvimento com contrabandistas de cigarro, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul descobriu que três integrantes da corporação já detidos naquela ocasião e um investigador da Polícia Civil estavam envovlidos com traficantes. Todos voltaram a ser alvos de mandados de prisão nesta terça-feira (18), em operação que prendeu 25 pelo comércio ilegal de entorpecentes em Campo Grande, Jardim, Bela Vista e Goiânia (GO).
De acordo com nota divulgada pelo próprio MPE-MS, o quarteyo, que agia em duas frentes, Bela Vista e Jardim, foram presos preventivamente acusados de facilitar a movimentação dos traficantes. "A participação era fundamental para o êxito das atividades criminosas", diz o texto.
O Correio do Estado apurou que a participação do trio de policiais militares, cujas identidades ainda são mantidas em sigilo, foi descoberto durante a apreensão de celulares ocorridas na Operação Oiketikus. Em conversas por aplicativos de celulares, todos foram flagrados trocando informações e métodos de atuação para garantir a proteção a comboios de drogas que passavam pelas duas cidades junto do policial civil.
Ainda de acordo com informações da Corregedoria da PM, é investigada a profundida da relação dos policiais acusados com facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital, que controla o tráfico de drogas e armas nas fornteiras com Paraguai e Bolívia.
Chamada de Narco 060, uma operação à rodovia que liga Bela Vista e a fronteira com o Paraguai a Brasília (DF), a operação tem como objetivo investigar e combater organizações criminosas, tráfico de drogas, associação ao tráfico e corrupção ativa.
Além das prisões, os agentes do Gaeco cumprem 26 mandados de busca e apreensão na Capital, em Jardim, Bela Vista e Goiânia (GO). O MPE teve apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), da Agência Central de Inteligência, Batalhão de Choque e Força Tática da Polícia Militar, além das Corregedorias das Polícias Militar e Civil e o Gaeco de Goiás.
A investigação identificou dois núcleos criminosos distintos. Um estabelecido em Bela Vista e outro em Jardim.
Com as investigações iniciadas há um ano, já ocorreram apreensões de 6,6 toneladas de maconha, 60 gramas de haxixe e 400 gramas de pasta base de cocaína, além de veículos e armas de fogo, pertencentes aos grupos criminosos.
Por telefone à reportagem, o comandante-geral da PM, coronel Waldir Ribeiro Acosta, disse que não tinha autorização para comentar sobre assunto. Procurada, a Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública não respondeu até a publicação desta reportagem.