A reivindicação é pelo direito à comunicação. “Precisamos ter acesso aos serviços de saúde, em especial, e para isso precisamos de bons tradutores junto aos profissionais de saúde”, enfatizou o professor Adriano de Oliveira Gianotto, que lidera a comunidade de surdos em Mato Grosso do Sul. A fala dele foi traduzida por Larissa Sisti Lima, servidora da Casa de Leis.
Surdo de nascença, Gianotto ocupou a tribuna durante a sessão plenária desta quarta-feira (15) para pedir o apoio dos deputados estaduais. Ele lembrou que os direitos das pessoas com deficiências estão assegurados por diversas legislações federais, desde 1996, mas na prática a realidade é outra.
“Tenho dificuldade para ir ao banco, por exemplo. Na educação, notamos alguns avanços, mas na saúde temos muito que avançar. Quando um surdo precisa de atendimento médico, ele não tem com quem se comunicar”, contou, lembrando que a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) disponibiliza o ensino da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), mas falta apoio e incentivo para popularizar a capacitação.
Mestre em Desenvolvimento Local e agora doutorando, Gianotto lamentou que um Projeto de Lei prevendo intérpretes em hospitais regionais e outros estabelecimentos geridos pelo Governo do Estado tenha sido vetado pelo Executivo. Segundo Gianotto, a comunidade de surdos reúne 12 mil pessoas em Mato Grosso do Sul, sendo que aproximadamente seis mil deles residem em Campo Grande.