Waldemir Moka Miranda Brito, 66 anos, nascido em outubro de 1951, em Bela Vista (MS), já ocupou mandatos de vereador, em Campo Grande, e por Mato Grosso do Sul foi deputado estadual, federal e hoje é senador. José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, nascido em fevereiro de 1950, 68 completados, também já foi vereador em Campo Grande, deputado estadual, governador de Mato Grosso do Sul e hoje é deputado federal. Embora políticos há quase quatro décadas na mesma região, os dois, que são primos – as mães deles são irmãs – eles nunca tiveram uma disputa direta nas eleições.

E, pelo visto, a briga que estava marcada para outubro deste ano vai ter que ser adiada mais uma vez. Zeca do PT buscava uma inédita vaga no Senado, mas se tornou inelegível por problemas judiciais com a farra da publicidade. Ele mantém as esperanças eleitorais e disse que vai recorrer.

A trajetória política dos dois se parece quando comparada uma a outra, destoa, contudo, na hora de equiparar a representação ideológica que representam. 

Moka, médico, desde que ingressou na política com mandato, em 1982, aos 31 anos de idade, integrou o PMDB, o hoje MDB.

Zeca do PT, em 1980, aos 30 anos, bancário, participou da fundação nacional do Partido dos Trabalhadores. De lá para cá nunca mais desgrudou da política. Moka, no MDB desde 1978, também.

Os primos mantêm-se incomum numa questão pessoal. Como primos de primeiro grau, políticos, seria normal mais proximidades entre eles. 

No entanto, quem os conhece não costuma ver isso. Falam-se raramente e não demonstram afetuosidade, embora nunca tenham declarado inimizade.

Amigos próximos, parentes, ou políticos amigos, disseram desconhecer a motivação do distanciamento. Os dois moram em Campo Grande.

A linha de ação política de Moka se opõe ao do primeiro. Zeca tem atuação mais firme em questões como demarcações de terras, por exemplo. Ele tem ligação bem próxima a movimentos que defendem direitos de indígenas e trabalhadores sem-terra.

Moka defende bandeiras contrárias: é mais pegado a interesses dos fazendeiros.

Em outubro, o senador Moka, cujo mandato expira em 2019, ano que vem, tenta mais oito anos de mandato. Zeca do PT ainda afirma que vai brigar pela vaga que resta ocupar, mesmo com a inegibilidade.