A Justiça Federal de Campo Grande aceitou, na última quarta-feira (18), denúncia contra o ex-servidor federal Jedeão de Oliveira, que trabalhou por 21 anos com o ex-juiz e atual pré-candidato ao Governo do Estado, Odilon de Oliveira (PDT).
A Procuradoria da Fazenda Nacional acusa Oliveira de desviar cerca de R$ 125,4 mil dos cofres público e pede, além da devolução exata da quantia, multa equivalente a duas vezes o seu último salário, dando um total de R$ 23,3 mil, além de perda de função pública, suspensão dos direitos políticos e proibição dele exercer novamente qualquer função pública.
A acusação de improbidade administrativa foi aceita pela juíza Janete Lima Miguel, da 2ª Vara Federal de Campo Grande. A magistrada analisou o processo e considerou a existência de provas de enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário
Em seu despacho, Janete determinou o bloqueio imediato de bens e contas bancárias do acusado, como forma de impedir que deixe de pagar o definido na sentença.
Foi a segunda denúncia aceita pela Justiça Federal contra Oliveira. No fim de março, a 4ª Vara Criminal já o havia condenado ao pagamento de R$ 40,8 mil. Outras ações ainda serão julgadas.
O CASO
Jedeão de Oliveira é investigado pelo desvio de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões de contas judiciais.
Ele atuava na 3ª Vara Federal, onde tramitam processos como o da Lama Asfáltica, que apura desvios milionários de obras públicas em Mato Grosso do Sul, e contra traficantes, alguns com patrimônio de R$ 10 milhões. O juiz titular à época era Odilon de Oliveira, que havia o nomeado para o cargo. Depois do caso vir à tona, o próprio Odilon o exonerou.
As irregularidades aconteciam quando os bens dos investigados eram sequestrados e encaminhados para leilão. Todo o valor obtido precisa ser depositado em conta judicial e há suspeita de que parte desse recurso possa não ter sido destinado para o devido fim.
O exame será feito pela perícia técnica da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul. A PF ficará responsável por intimar Jedeão a fazer o exame.
A reportagem tentou contato com a defesa de Oliveira, mas não conseguiu até a publicação desta reportagem.