TER�A-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2024
DATA: 14/04/2018 | FONTE: r7 noticias Gripe: vacina contra H3N2 no Brasil deve ser mais eficaz que nos EUA Grande número de mortes nos Estados Unidos teria sido provocada por ineficácia da vacina, feita com cepa diferente da circulante; vírus está no país
Em outubro do ano passado os Estados Unidos viram surgir uma epidemia de influenza que fez milhares de vítimas. Desde então, a pergunta, no Brasil, é se este vírus também vai circular no país e se corremos o risco de enfrentar aqui uma epidemia semelhante. Esta questão foi discutida nesta sexta-feira (13) em um seminário sobre a atualização do influenza no Brasil realizada pelo Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. O influenza, como é chamado o vírus da gripe, engloba três tipos de vírus: A, B e C. O tipo C causa infecções respiratórias brandas e não está relacionado com epidemias, diferentemente dos tipos A e B que, além de epidemias sazonais, são responsáveis por pandemias - epidemia em diversas regiões do mundo. O influenza tipo B também é chamado de FluB. O tipo A pode ser dividido em subtipos, entre eles, o H1N1 e o H3N2, já bem conhecidos dos brasileiros. O problema é que esses vírus já conhecidos podem sofrer algumas mutações. O vírus que circulou nos Estados Unidos nos últimos meses foi o H3N2, mesmo que esteve por aqui nos últimos anos e fez mais vítimas em 2014, 2015 e 2017. Neste ano, ele também já foi identificado no Brasil. Até o momento, as equipes de saúde que fazem a vigilância dos casos de gripe no Brasil analisaram 4.968 amostras em todo o país. A conclusão é que, entre os casos confirmados de influenza, o H3N2 é o segundo tipo de vírus mais comum, responsável por 36% das infecções. O mais comum, até este momento, é o FluB, que circulou bastante no último inverno europeu. Até o momento, ele causou 39% das infecções. O vírus do tipo H1N1 é o terceiro mais comum, respondendo por 23,2% dos casos. Isso mostra que o vírus dos Estados Unidos está no Brasil, mas aí existe um outro detalhe, que deve tornar a vacina brasileira mais eficaz que a norte-americana: esse vírus pode sofrer algumas mutações. A vacina aplicada nos Estados Unidos protegia contra o H3N2 de uma família, ou cepa, chamada de Hong Kong. Mas, a que circulou e fez vítimas no país norte-americano, foi a Singapura. A vacina que vai ser aplicada a partir deste mês na campanha de vacinação do Ministério da Saúde em todo o Brasil protege contra a cepa chamada de Singapura, como explica a infectologista do Hospital Emílio Ribas, Rosana Richrmann: “A expectativa, mas é apenas uma expectativa, é que o H3N2 que circulou nos Estados Unidos circule aqui entre nós. Neste momento a gente está vendo que está acontecendo a cocirculação dos três vírus, o H1N1, o tipo B e o H3N2. A vacina protege contra os três. A diferença é que a cepa que está dentro da vacina H3N2 do Brasil é diferente da cepa que estava dentro da vacina dos norte-americanos. Na nossa está a mesma cepa que circulou nos Estados Unidos. Então, em teoria, a nossa vacina vai ter um desempenho melhor do que foi a deles”. Ainda não é possível afirmar qual dos tipos de vírus vai circular com maior incidência e fazer mais vítimas no país porque estão sendo registrados agora os primeiros casos fatais de influenza. Em São Paulo, desde o início do ano, 76 pessoas foram internadas com síndrome respiratória grave causada pelo influenza; 16 morreram. Entre essas vítimas, o vírus mais comum foi o H1N1, 40,9%, embora a vigilância feita em todo o país indique o vírus que mais circula no Brasil seja o FluB. É impossível prever como cada tipo de vírus influenza vai se comportar daqui para frente, segundo a epidemiologista Telma Carvalhanas, diretora da divisão de doenças de transmissão respiratória do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo. “A gente não sabe o que virá, a única coisa previsível é que o vírus é imprevisível”. De acordo com Telma, o fato é que entre 5% e 15% da população mundial é infectada todos os anos com o vírus da influenza. “De 350 milhões a mais de 1 bilhão de pessoas irão adoecer todos os anos por causa do vírus influenza. São 1,2 bilhão de pessoas com risco elevado para complicações, 3 a 5 milhões de casos graves, de 500 mil a 1 milhão de óbitos”.
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