Curte o gostinho de cigarro na boca? Pois aproveite, porque cada tragada conspira contra TODOS os outros possíveis prazeres do paladar. Digamos que, se as suas papilas gustativas fossem um homem de aço capaz de voar e com predileção por vestir as cuecas sobre as calças, o cigarro seria a kriptonita. Abatidas pelo fumo, as papilas não conseguem detectar adequadamente o sabor dos alimentos, especialmente os salgados. Esse déficit perceptivo pode levar a outros problemas, pois é comum que fumantes acabem exagerando no sal na hora de cozinhar.
VERMELHOU A GENGIVA
Escalando a seleção para jogar contra a sua gengiva: nicotina, níquel, naftalina, acetona, amônia, arsênio, benzopireno, fósforo, formol… Mesmo sem falar nos riscos de câncer, já é um 7 a 1 sofrido pela sua boca. Essa combinação de substâncias fragiliza as suas gengivas, que desenvolverão infecções e inflamações mais facilmente. O consumo de cigarro também dificulta a reparação da gengiva, pois afeta o transporte de oxigênio. A gengivite está sempre batendo à porta. E, se ela não for tratada, algo mais complicado pode aparecer…
A UM PASSO DA BANGUELA
Você não quer que uma gengivite se transforme em periodontite, e o cigarro irá constantemente trabalhar para efetivar esse péssimo acontecimento. E o pior é que você pode cair na doença periodontal sem ter recebido notificações de agravo: o cigarro diminui a circulação sanguínea na gengiva, que passa a sangrar menos, e acaba não acusando o golpe. Enquanto isso, as bactérias fazem a festa, produzindo toxinas que vão corroendo todo o suporte dos dentes, inclusive o osso. Como consequência, as raízes ficam expostas, e os dentes afrouxam e podem até cair.
CÂNCER DE BOCA
O cigarro acumula quase 5 mil substâncias tóxicas, sendo que mais de 60 delas são cancerígenas. Isso não chega a ser novidade, mas talvez você não saiba que, quando se trata de câncer de boca (o quinto tipo de câncer mais frequente no país), o tabagismo tem relação com mais de 90% dos casos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Muitas pessoas só investigam a presença de um tumor após a sensação de dor, mas isso é um equívoco a ser evitado. O problema começa com o aparecimento de manchas brancas ou avermelhadas nos lábios ou dentro da boca. Essas lesões nem sempre irão causar dor, mas já é importante que você consulte o seu dentista, de forma preventiva. Assim, caso venha a má notícia, você começará a tratar da doença na sua fase inicial, com boas perspectivas de cura. Também fique atento caso você comece a sentir com frequência algum caroço na bochecha, falta de sensibilidade em alguma parte da boca, dificuldades para engolir ou mudança brusca de voz.