O Mato Grosso do Sul não foi notificado sobre projeto do governo federal de distribuir, a partir de março, venezuelanos que chegam ao país por Roraima. A possibilidade acabou revelada, pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann.
A Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho) disse que "não recebeu nenhum tipo de notificação sobre o envio de imigrantes venezuelanos de Roraima". Casos são monitorados pelo Cerma (Comitê Estadual para Refugiados, Migrantes e Apátridas), responsável pelo acolhimento e suporte hoje de 2,5 mil pessoas.
Para a titular da pasta, Elisa Cleia Nobre, a presença de venezuelanos tem sido pontual em relação aos sírios e haitianos que chegam no Estado. Os atendimentos oferecidos pela Sedhast, nestes casos, buscam auxiliar na adaptação a comunidade e até mesmo com o idioma através de convênio com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems).
MUDANÇA
Ao menos mil venezuelanos devem ser redistribuídos também aos Estados de São Paulo, Paraná e Amazonas. Uma comitiva do governo federal avaliou a situação dramática da capital roraimense, Boa Vista, que possui acampamentos pelas ruas da cidade de pessoas que deixam o país governado por Nicolás Maduro em busca de melhores condições de vida.
Censo será realizado, no prazo de 90 dias, para identificar quem entra ou sai do Brasil e seu interesse de permanência. Isso porque ao menos 40 mil venezuelanos já estão vivendo em Boa Vista e outros 700 cruzam a fronteira diariamente.
"Temos de socializar esse problema com o resto do País", afirmou Jungmann. "É um drama humanitário. Estas pessoas estão sendo expulsas de sua casa, de seu país pela ausência total de condições de ali permanecerem".
RANKING
Ranking do Ministério da Justiça mostra que os venezuelanos foram os que mais pediram refúgio ao governo brasileiro no ano passado (17.865). Entre as nacionalidades que mais recorreram ao Brasil em 2017 solicitando refúgio estão os cubanos (2.373 pedidos), haitianos (2.362), angolanos (2.036), chineses (1.462) e senegaleses (1.221). Os sírios, que vivem anos de guerra civil em seu país, aparecem em sexto no ranking com 823 pedidos de refúgio ao Brasil.