Aos 39 anos, Emerson Sheik já se sente bem condicionado após participar de alguns minutos das partidas do Corinthians contra Novorizontino e Santo André. O habitualmente polêmico atacante, contudo, controla a sua vontade de ser mais presente no Campeonato Paulista e prega respeito à preparação cautelosa que a comissão técnica programou para ele.
“Se qualquer um me perguntar se tenho condições de jogar 90 minutos, é óbvio que vou responder que sim. Todos querem jogar, né? Só que sou atleta profissional e deixo a parte de educação física para o Walmir (Cruz, preparador físico do Corinthians). Estou extremamente à vontade e leve para correr, mas o pensamento dele é me colocar aos poucos, para ter um condicionamento bom e não correr risco de lesão”, comentou Emerson.
O veterano também fez questão de elogiar o modo como tem sido tratado pela comissão técnica corintiana. Para ele, o planejamento de Walmir e dos demais foi decisivo para a sua evolução física. “Nos treinos mesmo, estou mais leve. As partes de nutrição, fisiologia e preparação física vêm fazendo um trabalho incrível. A dedicação que estou tendo durante esses dias também tem ajudado”, valorizou-se.
Seja como for, o Sheik não quer criar intriga com ninguém. Ele voltou a ser comedido quando abordado sobre o desejo de virar titular e ainda defendeu que o técnico Fábio Carille não será influenciado pela pressão de alguns torcedores, ansiosos para ver o herói da Copa Libertadores da América de 2012 mais vezes em ação.
“Conheço o Fábio há muito tempo. É um cara extremamente inteligente e maduro. Virou treinador há pouco tempo, mas está há muitos anos no clube, trabalhando com grandes técnicos, e tem uma capacidade grande para absorver tudo isso e agir da maneira mais correta para o Corinthians. Ele está pensando na equipe. Da minha parte, fico feliz pelo carinho do torcedor”, discursou.
Emerson controlou a boca até quando o assunto era o dilema que Carille enfrenta no ataque do Corinthians. Sem contar mais com Jô, vendido ao japonês Nagoya Grampus, o comandante apostou em Kazim e Júnior Dutra na função de centroavante nos primeiros compromissos do ano. Nenhum dos dois convenceu, e o clube ainda busca um reforço para a posição – durante este Carnaval, o novato Matheus foi contratado do ABC na condição de aposta.
“Já joguei como último homem em outra formação tática, mas entendo que o Corinthians tem grandes jogadores para isso e que o Fábio está vendo o trabalho de cada um deles no dia a dia. Estou aqui para ajudar, sempre me dedicando ao máximo”, esquivou-se o Sheik.
O cuidado de Emerson não é sem motivo. O jogador tem um contrato curto com o Corinthians, válido até o final de junho, e pretende provar que não comprometerá o time dentro e fora de campo para conseguir ampliar o vínculo. “Na minha apresentação, falei que não pensava em aposentadoria, mas nesses seis meses de contrato. Nesse tempo, vou dar o meu melhor, até porque tenho uma história bonita no clube. Para quem imaginou que vim a passeio ou para encerrar a carreira, deixei bem claro que isso é lenda. Vim para jogar e ser campeão”, bradou.