Sem local correto para descarte de resíduos como entulho, poda de árvores e móveis velhos, por exemplo, Campo Grande pode sofrer epidemia de chikungunya nos próximos meses. O lixo espalhado por ruas e terrenos baldios da cidade pode servir de criadouro para os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, transmissores do vírus e também de outras doenças, como dengue, zika e febre amarela.
Apesar de não ocupar o noticiário com tanta frequência quanto seus vírus “primos”, o chikungunya matou 173 pessoas em 2017, mais que dengue (141) e muito mais que zika (2) no Brasil.
Em Mato Grosso do Sul, o cenário é um pouco diferente. O Estado não registrou nenhuma morte em razão da doença, mas três por dengue. Mesmo assim, há preocupação quanto ao comportamento do vírus, que pode ser mais agressivo neste ano.
“A previsão é de que aumente o número de casos, porque no ano passado houve queda e o vírus se comporta de forma cíclica. A principal questão é que faltam testes que permitam o diagnóstico precoce e o tratamento mais adequado”, explica pesquisadora de saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Zoraida Fernandes.
Os Ecopontos seriam os locais para esse tipo de descarte, mas, dos cinco previstos para serem construídos, apenas um está em andamento, com a obra atrasada há cinco anos. A área fica no Bairro Zé Pereira, no cruzamento da Rua Sagara e a Avenida Professor José Barbosa Rodrigues. A reportagem do Correio do Estado esteve no local e encontrou muita sujeira nas proximidades.