Onze meses após a morte do estudante Everton da Silva Pessoa, a família dele resolve lutar contra a impunidade e começou a ontem a cobrar para que a justiça seja feita de forma mais rápida. Eles resolveram começar com o pedido para que o Ministério Público Estadual (MPE) trabalhe de forma mais atuante para que atue visando a prisão do motorista acusado de atropelamento Alexandre Cavalcanti, 46 anos.
Depois de ouvir da promotora Letícia Ferreira que o MPE está fazendo a sua parte, José Antônio Pessoa, 48 anos, pai de Everton, decidiu procurar a Vara Criminal do Fórum da Comarca de Naviraí na próxima segunda-feira. “Está sendo dolorido ouvir as pessoas dizerem que não vai dar em nada e que a justiça não será feita ou que o policial federal não será preso. Vou pedir ao juiz para que olhe com mais carinho para este caso, pois tenho certeza que tivesse acontecido com um parente dele o que aconteceu com o meu filho, ele não iria querer ver o policial federal livre onze meses após o atropelamento”, declarou no MPE.
Na madrugada do dia 13 de março do ano passado, o escrivão da policial federal, em missão na cidade de Naviraí, Alexandre Cavalcanti de Oliveira, atropelou um grupo de jovens e matou Everton da Silva Pessoa, em Naviraí, quando estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida há quase cinco anos.
O policial Alexandre também foi acusado de estar embriagado no momento do atropelamento de Everton. No acidente ficaram feridas no acidente a adolescente Bianca Pessoa, 18 anos, e uma adolescente de 17 anos. As duas jovens se recuperaram bem e Bianca esteve ontem no MPE, junto com seu pai (José Antônio), mais a mãe (Roseli) e uma outra irmã de Everton.
INOCENTE ?
Alexandre se declarou inocente, mesmo havendo um vídeo mostrando o acidente ocorrido após o trajeto de volta do grupo de jovens que haviam saído de uma casa noturna (Arena Coliseu) para voltar para casa.
Era madrugada de segunda-feira quando um grupo de jovens residentes no bairro do Varjão, em Naviraí, voltavam para casa, após assistirem ao show de música sertaneja da dupla sertaneja Maraia & Maraisa. Eles caminhavam pela descida da avenida Campo Grande, quando por traz, em alta velocidade, foram atingidos por um veículo.
O agente público que recebe dinheiro do contribuinte usou um veículo oficial para ir a um show de música sertaneja e no seu retorno, “cansado” não viu pessoas na pista de uma avenida e passou por cima de uma e matou outra. Em depoimento Delegacia de Polícia Civil de Naviraí, declarou ao delegado Eduardo Lucena, que desconhece qualquer fato que se relacione a atropelamento envolvendo a pessoa dele.
De acordo com as informações extraídas nos bastidores dos meios policiais, ele (o acusado) levou o veículo Astra de cor preta para casa (seria um veículo descaracterizado da Polícia Federal) e teria dito que iria mandar e pagar os reparos dos pequenos danos aparentes que havia no veículo.
Na versão contada ao delegado de Polícia Civil, Eduardo Lucena, o suspeito disse que chovia muito e a rua estava muito escura. Afirmou que não viu ninguém e não sentiu que havia atropelado alguém. O escrivão Alexandre , 46 anos de idade, em depoimento na Delegacia de Polícia Civil declarou que desconhece qualquer fato que se relacione a atropelamento envolvendo a pessoa dele e afirmou que é inocente.
O presidente da Associação de Moradores do Varjão, Helton Alcantara Lopes, que esteve com os familiares de Everton, no Ministério Público Estadual (MPE), disse que “chega a ser inadmissível para a Polícia Federal, que ainda detém boa credibilidade junto à sociedade, aceitar passivamente essa situação.
De acordo com as informações extraídas nos bastidores dos meios policiais, ele (o acusado) levou o veículo Astra de cor preta para casa (seria um veículo descaracterizado da Polícia Federal) e teria dito que iria mandar e pagar os reparos dos pequenos danos aparentes que havia no veículo.
Na versão contada ao delegado de Polícia Civil, Eduardo Lucena, o suspeito disse que chovia muito e a rua estava muito escura. Afirmou que não viu ninguém e não sentiu que havia atropelado alguém.
DIFERENÇA SOCIAL
O pai de Everton, José Antônio Pessoa, disse que “a justiça tem que ser igual para todos e se fosse uma pessoa pobre que estivesse sendo acusada, já estaria na cadeia, mas este rapaz tem privilégio e continua solto. Muito triste é isto, porque além de atropelar e provocar a morte, não prestou socorro e fugiu”, lamenta.
Durante a manhã e a tarde de quinta-feira da semana do acidente, várias dezenas de amigos e familiares do jovem Everton da Silva Pessoa, fizeram um vigília na frente do prédio da Polícia Civil e realizou uma passeata pelas principais avenidas e ruas da cidade de Naviraí.
Uma nova manifestação não está descartada, para pedir que a justiça seja feita, disse José Antônio, o pai de Everton. “A justiça tem que ser igual para todos e se fosse uma pessoa pobre que estivesse sendo acusada, já estaria na cadeia, mas este rapaz tem privilégio e continua solto. Muito triste é isto, porque além de atropelar e provocar a morte, não prestou socorro e fugiu”, lamenta.