Ela nasceu na Espanha, mora na Sérvia, mas viveu 15 dos seus 20 anos no Brasil. Até por isso, Ana Petkovic, filha do lendário meia-atacante do Flamengo, se considera mais do que tudo uma brasileira.
Mas a cantora, que tem um disco lançado, não se limita às raízes que constituiu no País na hora de cantar e gravar. É no trabalho artístico que ela prova ser de fato uma cidadã do mundo.
Com influência de blues, rock, MPB e jazz, Ana compõe em diversos idiomas. O seu primeiro projeto, Mais e Mais (produzido por Max Viana e Línox) traz Ana mostrando o talento como compositora e intérprete, resgatando as músicas Quase um Segundo (Herbert Vianna), Nada Vai Mudar Isso (Paulinho Moska), The House of Rising Sun (The Animals) e Smoke Gets in Your Eyes (The Platters).
— Ter morado em tantos países na minha vida ajudou a formar essa característica na minha obra. E eu tentei tirar o máximo de cada experiência que tive em locais como China e Arábia Saudita, onde também vivi. Me integrei mesmo à sociedade deles.
Ana explica que essa é uma característica da família dela, já que o pai e a mãe nunca concordaram em viver apenas integrados à comunidade sérvia de cada local que eles passaram.
— Eles são muito abertos às novidades e isso foi importante na minha formação. Acredito que essa é uma característica do povo do nosso País. A situação lá é tão complicada e as pessoas têm tão pouca opoertunidade de viajar, que quando conseguem, extraem o máximo de cada experiência.
A iniciação musical de Ana foi cedo e motivada pela família. Petkovic nunca insistiu para que as duas filhas seguissem os seus passos e tentassem se destacar como atletas. E quando Ana mostrou que tinha interesse pela música, ele foi o maior entusiasta que ela poderia ter.
— Me matriculou em uma escola e aprendi a cantar. Na sequência, fui estudar guitarra elétrica e depois, piano. Quando ele chegava em casa, cansado dos jogos e treinos, pedia para eu tocar e cantar algo que aprendi na aula. Isso me deu segurança também.
Ana e o pai, Dejan Petkovi, eterno craque do Flamengo Divulgação
O pai foi importante também em fazer com que a filha decidisse a cantar também em português. Alfabetizada em inglês, Ana nunca tinha composto e cantado no idioma, mas quando Pet apresentou o produtor Línox para ela, as coisas mudaram.
— Eu componho bastante, mas sempre era em inglês, algumas vezes em castelhano. Mas nunca em português. Pensei que seria difícil, mas acabei me surpreendendo postivamente com o resultado e como soa minha voz nessa língua. Agora quero tentar o francês assim que possível.