Para os observadores experientes da vida publica em Mato Grosso do Sul já não há mais dúvidas: o prefeito Marquinhos Trad (PSD) está ratificado no cenário eleitoral como principal divisor de águas no processo sucessório em processo de pré-instalação no Estado. Nesta quarta-feira, 20, uma das abas dessa influência foi cristalizada com a posse do irmão, Fábio Trad, na Câmara dos Deputados.
A investidura de Fábio acontece na semana em que novas pesquisas de intenção de voto reiteram o favoritismo do ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB), irmão de Marquinhos, entre os possíveis concorrentes ao Senado. Enquanto a conjuntura política protagonizada pelos irmãos acresce de benefícios políticos os passos do prefeito, a cena administrativa da capital propõe novas vitaminas à sua influência, por conta da satisfação provocada ao comércio e à população em geral com o pagamento da folha de novembro, a antecipação do 13º salário e a confirmação de que dezembro será repassado em dia.
Se a definição da vaga senatorial de Nelsinho ainda precisa ser endossada pelas urnas em outubro do ano que vem, o peso político da investidura federal de Fábio já se faz sentir . Logo após o solene juramento diante da Mesa Diretora e colegas da Câmara, o parlamentar sulmatogrossense iniciou a todo vapor a construção das possibilidades que seu mandato vai proporcionar.
Na primeira vez que representou o Estado como titular da Casa ( 2010 a 2014), Fábio nem parecia um estreante. Destacou-se como tribuno – herança genética do pai, Nelson Trad, que foi deputado federal de 1991 a 2011, quando morreu, aos 81 anos -, dominou vários debates e se sobressaiu por iniciativas e abordagens de temas palpitantes como a reforma do Código de Processo Civil e os novos regramentos de combate à corrupção.
Apesar de ganhar respeito e projeção, Fábio não se reelegeu em 2014, quando candidatou-se pelo PMDB e ficou em nono lugar com 67.508 votos. Três dos oito eleitos, beneficiados pela regra do quociente eleitoral, tiveram votação menor que a de Fábio nesse pleito: Luiz Henrique Mandetta, do DEM (57.374); Márcio Monteiro, do PSDB (56.441); e Dagoberto Nogueira, do PDT (54.813).